O presidente eleito, Donald Trump, disse no sábado que os Estados Unidos deveriam não participar e evitar o envolvimento militar na Síria face a uma ofensiva terrorista que atingiu os subúrbios da capital, declarando numa publicação nas redes sociais: “ESTA NÃO É A NOSSA LUTA”.
President-elect Donald Trump urges the US to steer clear of Syria's conflict, saying: "The United States should have nothing to do with it. This is not our fight"
— TRT World (@trtworld) December 7, 2024
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Trump fez seus primeiros comentários extensos sobre o grande avanço rebelde enquanto estava em Paris para a reabertura da Catedral de Notre Dame. Ele argumentou que o presidente sírio, Bashar Assad, não merecia o apoio dos EUA para permanecer no poder.
O governo de Assad tem sido apoiado pelos exércitos russo e iraniano, juntamente com o Hezbollah e outros grupos aliados ao Irã, numa guerra que já vai no seu 13º ano, contra grupos da oposição que procuram a sua derrubada. A guerra, que começou em 2011 como uma revolta em grande parte pacífica contra o governo da família Assad, matou meio milhão de pessoas, fraturou a Síria e atraiu mais de meia dúzia de exércitos e milícias estrangeiros.
Os insurgentes são liderados por Hayat Tahrir al-Sham, que os Estados Unidos designaram como grupo terrorista e atribuem ligações à Al Qaeda, embora tenham cortado relações com esta. Até agora, os insurgentes encontraram pouca resistência por parte do exército sírio.
A administração do presidente Joe Biden sugeriu que os rápidos avanços da oposição em direção a Damasco mostram o quão distraídos esses países estão com a guerra na Ucrânia e outros conflitos, mas disse que os Estados Unidos não apoiam a ofensiva e não indicaram que os militares norte-americanos irão intervir.
Os Estados Unidos têm cerca de 900 soldados na Síria, incluindo forças americanas que trabalham com aliados curdos no nordeste controlado pela oposição para evitar qualquer ressurgimento do grupo Estado Islâmico.
Os activistas da oposição síria e as autoridades regionais têm observado de perto quaisquer sugestões da administração Biden e da nova administração Trump sobre como os Estados Unidos lidariam com os súbitos avanços dos terroristas contra Assad.
O enviado especial das Nações Unidas para a Síria apelou no sábado a negociações urgentes em Genebra para garantir uma “transição política ordenada” na Síria.
Na sua publicação, Trump disse que a Rússia “está tão ligada à Ucrânia” que “parece impotente para impedir esta marcha literal através da Síria, um país que protege há anos”. Ele disse que os rebeldes poderiam forçar Assad a deixar o poder.
O presidente eleito condenou a forma como os EUA lidaram com a guerra, mas disse que derrotar Assad e as forças russas poderia ser o melhor.
“A Síria é um desastre, mas não é nossa amiga, E OS ESTADOS UNIDOS NÃO DEVERIAM TER NADA A VER COM ISSO. ESTA NÃO É A NOSSA LUTA. DEIXE DESENVOLVER. NÃO SE ENVOLVA!” ele escreveu na postagem de sábado.
Mouaz Moustafa, um influente ativista da oposição síria em Washington, interrompeu uma reunião com repórteres para ler a postagem de Trump, visivelmente emocionada. Ele disse que a declaração de Trump de que os Estados Unidos deveriam ficar fora dos combates era o melhor resultado que os sírios alinhados contra Assad poderiam esperar.
Os rebeldes libertaram presos políticos do governo de Assad à medida que avançavam pela Síria, tomando cidades. Moustafa prometeu aos repórteres no sábado que as forças da oposição estariam vigilantes quanto à presença de quaisquer detidos americanos e fariam todo o possível para protegê-los.
Mouaz Moustafa na visita de McCain a Abu Mohammed al-Golani, líder do ISIS |
Hayat Tahrir al-Sham demitiu-se da Al Qaeda em 2016 e tem trabalhado para mudar a sua imagem, reprimindo alguns grupos extremistas islâmicos e combatentes no seu território e apresentando-se como protetor dos cristãos e de outras minorias religiosas.
Embora os Estados Unidos e as Nações Unidas ainda o designem como organização terrorista, a equipe da administração do primeiro mandato de Trump informou aos legisladores que os Estados Unidos já não tinham como alvo o líder do grupo, Abu Mohammed al-Golani.
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