Apesar de a água ter sido evacuada pelas redes de esgotos e de aos poucos as localidades mais afectadas pelas chuvas torrenciais da semana passada estarem a ser limpas, em Valência ainda há 89 pessoas dadas como desaparecidas, com as quais continuam as buscas nos rios, o litoral e até mesmo nos arrozais da região.
Em localidades como Paiporta, Benetusser e Chiva a situação continua crítica porque a lama continua a impedir a recuperação de uma certa normalidade e há receios de que surjam infecções ou epidemias devido às condições de higiene.
O governo autónomo valenciano, presidido pelo direitista Partido Popular (PP), confirmou que 89 pessoas continuam desaparecidas, embora tenha esclarecido que 62 corpos não identificados ainda se encontram nas morgues da zona, pelo que se suspeita que entre eles possam ser encontrados alguns deles. Mesmo assim, ainda haveria 27 pessoas sem saber o seu paradeiro, o que se teme que se possam somar ao número de mortos, que é de 215 pessoas, a maioria registada em Valência (211).
Os serviços de emergência concentram as buscas especialmente na zona do rio Magro, na rambla de Poyo, na foz do rio Turia e no parque natural de Albufera. A última descoberta importante foi registada em Letur, na província de Albacete (Castela-La Mancha), onde foram encontrados os dois restos mortais das pessoas dadas como desaparecidas.
Em relação às altercações do último domingo em Paiporta, quando os reis de Espanha, Felipe e Letizia, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e o da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, a Guarda Civil informou a detenção de três pessoas, que são moradores de cidades próximas à área do desastre natural e que naquele momento ajudavam nas tarefas de limpeza.
Embora o governo espanhol tenha inicialmente acusado “grupos de extrema direita” de serem responsáveis pelos ataques e de estarem “perfeitamente organizados”, todos os detidos não têm ligações com grupos de extrema direita e são vizinhos da área.
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