Muito provavelmente, esta crônica deveria ter sido escrita, no sábado anterior ao segundo turno das eleições de 2018, quando voltei de uma atividade de campanha, radicalmente arrasado, pois, uma conversa com uma senhora que vendia salgadinhos na porta de uma escola, lia, que seu fogão, era meio de produção, portanto, passível de socialização.
Os porquês, desta fala, me fizeram viajar diversas vezes a um ensaio publicado por Sigismund Freud, em 1927, sobre o "ERRO E A ILUSÃO".
Assim, como Freud, ou a maior parte das pessoas que consegue olhar o mundo para além das existências momentâneas, o ateísmo faz parte desta compreensão, porém, essa compreensão passa necessariamente por uma leitura cabal da importância das religiões e, principalmente, das religiosidades para a organização das sociedades contemporâneas, "não importando o tempo em quando as análises foram feitas".
A relação entre a religiosidade e o poder político é total, "novamente, a questão temporal", é só para situar a sociedade a qual estamos analisando.
A particular curiosidade sobre as eleições de 18, é pelo medo, "não só pelo medo, mas principalmente pela ilusão", que a extrema causa em quase toda a sociedade, este medo, é fundamentado pela ilusão, que toda e qualquer propriedade, é passível de socialização, caso as "esquerdas" cheguem ao poder.
Para que a exclusão de um modelo excludente, se perpetue, é necessário massificar os ideais do modelo excludente, isto se dá, quase que naturalmente, já que, o tal modelo utiliza da organização de uma religião, "particularmente, anti-excludente", que são as religiões "monoteocráticas", visto que a própria ideia de um Deus único, induz a leitura, da igualdade dos fiéis.
No entanto, desde um sempre da história, "a história é considerada o tempo da existência da escrita", antes desta, o termo correto é pré-história, desde de que há história, o letramento é algo possível apenas aos "homens velhos, brancos e ricos", e, é exatamente esta consumação ideológica, de um poder (branco, "arianocracia"), que permitiu a eleição do inominável, inelegível e agora inviajável em 18, e volta a nos assustar, nas vésperas de mais micareta golpista, que esta prevista para amanhã na Av Paulista. Sem uma ilusão de uma propriedade inexistente, e o consequente medo da perda do inexistente, não há ameaça direitista.
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