DÚVIDAS, DESAJOELHAR, DESABITADO e COMO FAZER UMA POESIA
DÚVIDAS
Não sei, se sou um jovem velho,
Pois, aos setenta,
Sonho em descobrir o mundo,
Mas, como velho jovem,
Alguém, para quem os anos não pesam,
A mente continua aberta,
Mas, o envelhecido mundo,
Num hoje, revivendo fantasmas,
Pasmem, de oitenta anos atrás.
Não é minha idade,
Nem física, que pesa nas disposições das pernas,
Ignora-se a cronológica,
Nem minha, "juvenil", idade mental.
O revivanento dos fantasmas do nazi-fascismo,
Poda-me o futuro do ontem,
Fechando-me no passado de um antes-de-ontem.
Se o jovem e o velho consistem,
Na mesma cabeça louca de poeta,
A dessobriadez do mundo assusta.
DESAJOELHAR
Há uma grande distância entre os tipos de governos,
Na República capetalista,
Por princípios, só por princípios,
Somos iguais.
Nas monarquias, o súdito,
Se ajoelha para à realiza.
Aparentemente há uma enorme distinção.
O problema é que esta distinção é só aparente,
Na prática, o excluído no capetalismo,
Só não se ajoelha, por nunca ter se levantado.
A questão não é a curvatura física,
Esta atualmente inexiste.
Mas, a curvatura psicóloga do corpo,
Nunca deixou de existir.
A burguesia dirige igreja,
Que forma culturalmente a sociedade,
Esta cultura dirigida pelas igrejas,
Elege majitotiamente o parlamento,
Que fazem as leis.
Culturalmente, a burguesia,
Toma conta do judiciário,
Que julga as leis,
Leis estas elaboradas pela burguesia,
A polícia, estrutura do Estado burguês,
Protege a propriedade do burguês,
Vigiando e controlando os excluídos,
Para organizar e proteger os não excluídos.
A polícia, estrutura do Estado burguês,
Mesmo quando recrutado entre os excluídos,
São ferramentas da potencialização da exclusão.
Há um outro setor,
Também quase sempre recrutado,
Numa estranha classe mérdia,
Que também é responsável pela, cultura,
Os representantes deste setor,
Quase sempre vira PIG,
E aqui vira, não só inimigos dos excluídos,
São também inimigos do Brasil.
Desajielhar é preciso!
DESABITADO
Desde não sei quando,
Desabitei da minha cachola louca,
Desabitei, por pura incompatibilidade,
E olha, que a louca cachola,
Que abrigava meu ser,
Era completamente louca,
Louca demais, para este mundo de correção,
Desnecessário pois,
De qualquer correição.
Neste mundo, onde a correição,
É desnecessária, o cristão,
É assumidamente, "sem assumir",
Um anti-Cristo de passaporte judeu.
Neste mundo onde a correição,
É desnecessária o título de doutor,
É expelido, isto mesmo, expelido,
Não expedido, pela reconhecida universidade,
Que forma os tiozões do ZAP,
Tem o currículo abençoado,
Pelos doutores em "burrices-causa",
Referendada pela rede superior do PIG.
Neste mundo onde a correição,
É desnecessária,
O patriotismo, e medido,
Pelo número de referências feitas,
Às bandeiras das terras do Tio San,
E, é claro, para os promotores de genocídios.
Neste mundo, desabitado da minha insistência em viver,
Desabitei do conforto,
Da minha cachola louca,
Para habitar o palacete das palavras livres.
O tal palacete foi erguido,
Numa vereda no meio do nada,
Esta vereda, no meio do nada,
Está no meio de tudo,
Que o universo da consciência,
Formada a partir de algumas certezas,
A certeza, que mesmo só,
E, preferencialmente sem o Deus do ódio,
Poderei encontrar a paz.
COMO FAZER UMA POESIA
Para se fazer uma poesia,
Nem mesmo precisa estar em verso,
Mas, é preciso atentar,
Mas, cuidado com as palavras,
Você pode confundir:
Atentar, com atentado e não,
Não será poesia,
Mesmo que em versos.
Não se poetiza o fim da liberdade,
Pois, para fazer poesia,
É preciso, um sentimento de liberdade.
A poesia, pode, ou não,
Ter metricidade,
Mas, a poesia precisa de liberdade.
A poesia pode falar de amor,
A poesia, pode cantar a flor,
A poesia pode exprimir a dor,
A poesia, rimada ou não,
É poesia quando o sentimento,
Sente a expressão do pensar.
Poetizar, pode então,
Ser o almoço de domingo,
Não dá para se poetizar,
A falta de almoço,
Já que a falta de almoço,
Exprime a falta de liberdade,
Que também é a falta de empatia.
Se você é poeta e pensou, só pensou,
Em ir à Paulista, neste domingo,
Te falta amigo, a compreensão do que é liberdade.
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