sábado, 17 de fevereiro de 2024

Israel faz centenas de prisioneiros entre pacientes e funcionários de um hospital em Gaza

Israel anunciou no sábado a detenção de 100 criminosos suspeitos envolvidos em atividades “terroristas” durante uma operação militar num dos principais hospitais da Faixa de Gaza, aumentando o receio de pacientes e funcionários retidos nas instalações.

Durante a noite, uma nova barragem de bombardeamentos israelitas deixou cerca de 100 mortos em Gaza, informou o Ministério da Saúde do território palestiniano governado desde 2007 pelo movimento islâmico Hamas.

Segundo o ministério, pelo menos 120 pacientes e cinco equipes médicas estão presos sem água, comida ou eletricidade no hospital Nasser em Khan Younis, a principal cidade do sul de Gaza, onde Israel concentra a sua ofensiva há semanas.

Os combates perto do hospital – um dos últimos centros médicos ainda em funcionamento – causaram cortes de energia e geradores foram desligados.

Como resultado, seis pacientes morreram por falta de oxigénio, informou o Ministério da Saúde, acrescentando que “também há bebés recém-nascidos em risco de morrer”.

O exército israelita entrou quinta-feira no hospital alegando ter recebido “informações credíveis” de que reféns capturados pelo Hamas no ataque de 7 de Outubro estavam detidos no centro e que poderiam existir corpos de algumas pessoas raptadas que morreram no cativeiro.

No sábado, informou que na operação foram detidas 100 pessoas por suspeita de “atividade terrorista” e que foram apreendidas armas e encontrados “remédios com nomes de reféns israelitas”.

Israel acusa o Hamas de operar a partir de hospitais, algo negado pelo movimento palestino, considerado uma organização “terrorista” por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Militantes islâmicos também capturaram 250 pessoas, 105 das quais foram trocadas por 240 prisioneiros palestinos em Israel, numa trégua de uma semana no final de novembro. Israel diz que 130 pessoas foram detidas e 30 delas morreram acidentalmente.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva brutal em Gaza que deixou 28.858 mortos, a grande maioria mulheres, menores e bebes.

A ofensiva israelita devastou grande parte deste território palestiniano e forçou 1,7 milhões de pessoas, quase 80% da população, a abandonar as suas casas, segundo a ONU.

Israel também impôs um cerco “total” causando escassez de alimentos, água e medicamentos na Faixa de Gaza.

Hamas exige cessar-fogo

O ataque ao hospital Nasser foi criticado pelas Nações Unidas, mas o exército israelita insiste que fez todo o possível para manter o fornecimento de energia.

Para o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, a operação parece fazer “parte de um padrão de ataques das forças israelitas contra infra-estruturas civis essenciais para salvar vidas em Gaza, especialmente hospitais”.

Uma testemunha, que pediu para não ser identificada por razões de segurança, disse à AFP que as forças israelenses atiraram “em qualquer pessoa que se movesse dentro do hospital”.

Negociações de alto nível para alcançar um cessar-fogo foram realizadas no Cairo esta semana, sem nenhuma indicação até agora dos seus resultados.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, reiterou as exigências do grupo que incluem um cessar-fogo, a retirada do exército israelense, o levantamento do bloqueio e a garantia de abrigo seguro para os deslocados.

“Vamos morrer de fome”

No norte de Gaza, após o ataque das tropas israelitas, muitos palestinianos lutam contra a fome e o desespero leva-os mesmo a transformar ração animal em farinha.

“Vamos morrer de fome, não de bombas ou mísseis”, disse Mohamed Nasar, 50 anos, de Jabalia, norte de Gaza.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), que alertou que a população de Gaza está à beira da fome, acusou Israel de lançar uma campanha concertada para destruir esta organização.

A pressão internacional também procura que Israel se abstenha de lançar uma ofensiva contra Rafah, no extremo sul da Faixa, onde estão aglomerados 1,4 milhões de civis, a maioria deles deslocados pela guerra.

Várias testemunhas afirmaram ter ouvido explosões no início da manhã naquela cidade, na fronteira com o Egito.

O presidente dos EUA, Joe Biden, instou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a se abster de atacar Rafah sem um plano para proteger os civis.

Netanyahu reafirmou esta semana a sua intenção de lançar uma poderosa operação militar na cidade. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, garantiu que seu país se coordenará com o Egito antes de agir.

O Wall Street Journal informou, citando responsáveis ​​egípcios e analistas de segurança, que o Egito está a construir um campo murado perto da fronteira para os palestinianos deslocados de Gaza.

Nas imagens de satélite obtidas pela AFP, vê-se a construção de um muro ao longo da fronteira.

O Egito opôs-se repetidamente a qualquer “deslocamento forçado” da população de Gaza, alertando que isso poderia comprometer o tratado de paz com Israel, assinado em 1979.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SBP em pauta

DESTAQUE

COMO A MÍDIA MUNDIAL ESTÁ DIVULGANDO HISTÓRIAS FALSAS SOBRE A PALESTINA

PROPAGANDA BLITZ: HOW MAINSTREAM MEDIA IS PUSHING FAKE PALESTINE STORIES Depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, as forç...

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

Super Bate Papo ao Vivo

Streams Anteriores

SEMPRE NA RODA DO SBP

Arquivo do blog