Por: Benedito Carlos dos Santos - Historiador |
Não, camaradas. Não me tornei um radicalzinho chique dos Jardins que critica a tudo e a todos.
Na minha vida sempre tomei partido e me orgulho muito disso. Perdi empregos e promoções por isso. Não me arrependo das passeatas, das reuniões infindáveis, das conversas chatas de alguns companheiros, das porradas e do gás lacrimogêneo, cortesia das policias. Participei de tudo isso porque acreditava, como ainda acredito, que podemos mudar o mundo. Mesmo a conta-gotas.
Dito isso, mesmo filiados atualmente ao PSOL, não dá pra aceitar calado essa aliança espúria de Boulos com Dona Marta Suplicy. Nada justifica. Nem política nem eleitoralmente.
Às vezes me sinto como aquele personagem Winston Smith do livro "1984". As pessoas, no livro, eram obrigadas a odiar ou louvar o inimigo ou o aliado da vez do governo, instigados pelo Ministério da Verdade.
Felizmente Lula não é o Grande Irmão. E não vou passar a louvar Marta, traidora, golpista e até outro dia parte do governo do desconhecido prefeito paulistano inventado pela direita. E não me venham os TL (Testemunhas de Lula) me patrulhar e falar da "estratégia".
No campo da esquerda quando ouço a palavra "estratégia", me dá dor de barriga. O velho Partidão adorava invocar a "estratégia" a cada covardia ou oportunismo político. PT e PSOL irão pelo mesmo caminho? Já não chega Alckmin picolé de chuchu, cuja PM exterminava negros e pobres e que virou o "companheiro Alckmin"?
Não dá pra gente se jogar em algo que não acreditamos. Talvez, digo, talvez, vote em Boulos contra a direita e contra essa criatura, vendida à Fundação Lehman, Tábata Amaral. Mas não espere que eu tenha pelos traidores mais do que desprezo e ódio.
Como disse magnificamente o nosso maior poeta:
"Porém meu ódio é o melhor de mim."
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima".
A luta continua!
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