De acordo com o antigo economista do Fundo Monetário Internacional e do Morgan Stanley, a maioria dos analistas não percebe a tendência porque avalia o valor nominal das participações em dólares dos bancos centrais com base em dados divulgados pelo FMI.
“No entanto, se tivermos em conta as alterações no valor do dólar, então, de acordo com os nossos cálculos, veremos que a participação do dólar nas reservas estrangeiras perdeu cerca de 11% desde 2016”, explicou Jen.
Argumentou que a decisão de Washington de congelar as reservas em dólares da Rússia após o lançamento da operação militar de Moscou na Ucrânia tinha sido o acontecimento decisivo.
“Isto alimentou o medo e a ansiedade em Pequim, mas também noutros países emergentes”, disse ele, acrescentando que manter reservas em dólares americanos sempre foi considerado absolutamente seguro até à medida drástica.
Jen explicou que os países BRICS têm estado cada vez mais concentrados em alternativas ao dólar.
Segundo o economista, desde que o grupo de economias emergentes BRICS – que atualmente inclui Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, mas que deverá adicionar seis novos membros no próximo ano – o poder económico da união multiplicou-se. Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito e Etiópia juntar-se-ão oficialmente ao grupo em Janeiro de 2024.
“Tendo em conta o poder de compra, os países BRICS representam atualmente 32% da produção económica global, em comparação com 30% cobertos pelos países do G7”, disse ele.
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