Em um artigo de opinião para o Wall Street Journal publicado no domingo, Bolton lamentou que o tão esperado impulso de Kiev, que começou no início de junho, "não esteja fazendo o progresso que alguns proponentes previam", acrescentando que os resultados decepcionantes devem se tornar um chamada de “despertar” para Washington.
O ex-funcionário da Casa Branca – amplamente considerado um falcão da política externa e que defendeu mudanças de regime no Irã, Síria, Líbia e Cuba – insistiu em seu artigo que a “incapacidade de Kiev de obter grandes avanços é o resultado natural de uma estratégia dos EUA. visava apenas evitar a conquista russa”, enquanto também instou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a começar “a trabalhar vigorosamente para a vitória ucraniana”.
“Os fracassos ofensivos da Ucrânia e os sucessos defensivos da Rússia compartilham uma causa comum: o fornecimento lento, vacilante e não estratégico de assistência militar do Ocidente”, afirmou Bolton, acrescentando que o apoio liderado pelos EUA a Kiev foi prejudicado ainda mais pela especulação de que Moscou pode escalar o conflito.
Bolton, que serviu no governo Trump até 2019, procurou acalmar essas preocupações, insistindo que “não há evidências” de que a Rússia tenha capacidade militar convencional para ameaçar a OTAN ou o desejo de lançar um ataque nuclear. Moscou afirmou repetidamente que adere à política de que a guerra nuclear nunca deve ser travada e que só pode recorrer ao seu arsenal atômico se a própria existência do estado estiver ameaçada.
O ex-conselheiro de segurança nacional também descartou a necessidade de negociações entre Kiev e Moscou, argumentando que isso só beneficiaria a Rússia. Em vez disso, ele sugeriu que o Ocidente e Washington endurecessem radicalmente seu regime de sanções.
Além disso, ele pediu a Washington que imponha restrições diretamente à China, citando seu “enorme apoio” a Moscou. Embora Pequim continue sendo o principal parceiro comercial da Rússia, ela negou repetidamente que estava fornecendo apoio militar a Moscou.
As forças ucranianas iniciaram uma ofensiva em larga escala contra as linhas russas há mais de dois meses, após serem reforçadas por centenas de tanques e veículos blindados fornecidos pelo Ocidente. No entanto, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, até agora Kiev não conseguiu ganhar terreno significativo e perdeu mais de 43.000 militares desde o início da ofensiva.
A opinião de Bolton sobre as razões das dificuldades da Ucrânia é compartilhada por várias autoridades ucranianas, incluindo o presidente Vladimir Zelensky, que sugeriu que sem armas de longo alcance é difícil, se não impossível, para Kiev não apenas realizar sua ofensiva, mas também para manter a linha de frente.
Moscou alertou repetidamente os países ocidentais contra o envio de assistência militar a Kiev, argumentando que, ao fazê-lo, eles se envolvem em uma “guerra por procuração” contra a Rússia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário