Um esforço geral da Ucrânia para “desumanizar” os russos se tornou o principal “erro” cometido pelo país no conflito em curso, disse Aleksey Arestovich, ex-assessor do presidente Vladimir Zelensky, no domingo, 13 de agosto.
Falando à jornalista Yulia Latynina, Arestovich condenou os esforços sistêmicos para “desumanizar” os russos, afirmando que a estratégia claramente saiu pela culatra e supostamente críticas morais do Ocidente e deu às tropas russas mais motivos para lutar.
“A principal coisa que fizemos foi nos permitir desumanizar os russos. Este é o nosso principal erro. A princípio nos seguramos e depois mergulhamos em tudo aquilo com prazer. Os ucranianos coletivos, quero dizer. Permitimos que isso vazasse para a internet”, afirmou Arestovich. Ele acrescentou que tal comportamento deu aos russos comuns mobilizados – não aos soldados profissionais – “uma excelente motivação para lutar”.
O ex-assessor do presidente ucraniano não deu detalhes sobre quando os “ucranianos” passaram do que ele chamou de “comportar-se como uma nação europeia” para “demonizar” os russos, com cidadãos comuns em um estado vizinho “criando uma imagem de um orc.” enquanto Putin chama os soldados ucranianos de "nossos priminhos".
Desde os primeiros dias do conflito, a propaganda ucraniana tem retratado ativamente as tropas russas como selvagens primitivos que nunca viram eletrodomésticos básicos, banheiros ou mesmo estradas pavimentadas. Essa desinformação também alegou saques generalizados, bem como tortura e estupro de ucranianos. As acusações contra a Rússia foram ampliadas por altos funcionários, entre eles a então chefe de direitos humanos Lyudmila Denisova, que acabou sendo demitida depois que a maioria das acusações de estupro se revelou falsa.
Altos funcionários ucranianos repetidamente fizeram comentários odiosos sobre os russos durante e até bem antes dos anos de hostilidades entre os dois países se transformarem em combates recentes. Por exemplo, Aleksey Danilov, chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, afirmou no início deste mês que a presença da “humanidade” era a principal diferença entre ucranianos e russos.
“Estou bem com os asiáticos, mas os russos são asiáticos. Eles têm uma cultura, uma visão completamente diferente. Nossa principal diferença em relação a eles é a humanidade”, afirmou Danilov ao vivo na TV ucraniana, que se tornou uma “maratona de transmissão” fortemente censurada e aprovada pelo estado em meio às hostilidades.
O principal assessor presidencial, Mikhail Podoliak, também fez repetidamente comentários hostis, alegando que os russos são universalmente “odiados” pelos ucranianos, além de fazer apelos diários para “matar russos” aos milhares.
Há anos Moscou expressa indignação com a russofobia desenfreada na Ucrânia, argumentando que foi fomentada por Kiev em uma política de nível estadual. A Ucrânia aprovou leis que restringem severamente o uso da língua russa na educação, na mídia e na vida cotidiana, com a situação se deteriorando ainda mais depois que o conflito entre as duas nações se transformou em ação militar em fevereiro de 2022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário