sábado, 2 de novembro de 2024

TOMO MDCLII - MAIS UM DIA EM QUE MORREMOS


Valha-me, novamente, de um das reflexões do Sandice, para refletir sobre o dia de finados, pensando em todas as partes que morrem em nós, muitas, morrem apenas para dar lugar ao novo, muitas vezes, este novo, é muito melhor, noutras?

FOI-SE A FOICE, FICOU A CICATRIZ


A foice, símbolo de luta,

Resistência e busca da terra,

Esta foice, foi-se,

Já a cicatriz, aquela que ceifou vidas,

Mas as vidas ceifadas,

Eram, são e serão,

Sempre dos que da terra,

Aquela que os donos dela,

Diz e convence a todos,

Que foi criada por Deus,

Que deu a eles o título de propriedade,

Deixando os outros ao relento.


Foi-se a foice da luta,

Fica a cicatriz das lutas,

As vítimas, acredite, são eles,

Vitimados por ter,

Já nós, para quem sobra a cicatriz,

A luta é mi-mi-mi, 

Bem, houve ganhos para doer.


Anesino Sandice


Ontem, na cultura cristã, "dia de todos os santos", dia que até o ateu aqui, vira santo, no dia seguinte, o santo morre, mas ressuscita, num mundo onde o pecado "come solto". O pecados que comem solto, é "o culto a um Cristo, que não tem de cristão" o Cristo cultuado, é um Cristo existente, apenas no velho testamento, ou seja, um Cristo defensor dos grilhões, não das liberdades.


Se ao morrer, morrem as dúvidas, "para quem morre", é claro, uma vez, nas lógicas do capetalismo, as dúvidas, são sempre líquidas, portanto, certas. No entanto?


Não, é da liquidez das dúvidas, que conversamos, mas exatamente, da criação destas dívidas.


Falamos da posse dos bens oriundos da terra, para explorar, além, da terra, quem nela trabalha e, ao trabalhar, produz riquezas, que são apropriadas, por quem, não corre o risco de contrair câncer de pele", ao menos, pela labuta diária, para garantir o pão.


Já, quem sem apropria dos frutos produzidos pelos suores alheios, nunca, nem sequer imagina o quê é falta do pão.


Sempre, vai para uma cova, algo, "momentaneamente", julgado irrelevante, em nome de um Cristo inexistente, aquele lido na bíblia, antes do Cristo nascer, portanto, um Cristo que "é lido para justificar a queima de bruxas", poderíamos passar horas explicando, que as bruxas queimadas, eram apenas mulheres que se rebelavam contra a escravização.


No início deste séc, foi justamente os defensores deste inexistente Cristo, que para enfrentar o Cristo libertador, impuseram a partir dos púlpitos das igrejas, o Cristo defensor das elites.


P S 


Então foice, a dignidade dos pastores,

Levando junto,

As dignidades dos fiéis

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