Respondendo em um tweet na terça-feira, 1º de agosto, Morawiecki disse que a decisão de convocar o embaixador polonês “nunca deveria ter ocorrido”, observando que seu país apoiou a Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia no ano passado.
“Na política internacional, face à guerra em curso, e tendo em conta o enorme apoio que a Polônia tem dado à Ucrânia, tais erros não deveriam acontecer”, disse o primeiro-ministro.
“Sempre defenderemos o bom nome da Polônia, sua segurança, e o interesse de nenhum outro país jamais prevalecerá sobre o interesse da República da Polônia.”
A refutação do primeiro-ministro ocorreu poucas horas depois que o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou o embaixador polonês em Kiev, Bartosz Cichocki, para discutir as recentes declarações do chefe do departamento de política internacional da administração presidencial polonesa, Marcin Przydacz.
Bartosz Cichocki, Marcin Przydacz, Michał Dworczyk em Kiev |
Falando à emissora polonesa TVP, Przydacz defendeu a proibição polonesa das importações de grãos ucranianos, argumentando que “seria apropriado que a Ucrânia parasse de falar mal de nós e imediatamente começasse a apreciar o papel que a Polônia desempenhou para a Ucrânia nos últimos meses e anos”.
O governo ucraniano reagiu negativamente aos comentários, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko, dizendo: “as declarações sobre a suposta ingratidão dos ucranianos pela assistência à República da Polônia não refletem a realidade e, como tal, são inaceitáveis”.
Oleg Nikolenko |
O vice-chefe da administração do presidente ucraniano, Andrey Sibiga, também condenou as “alegações infundadas” de que Kiev não aprecia a ajuda de seu vizinho.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Pawel Jablonski, rejeitou as críticas de Kiev, insistindo que as políticas de seu país são guiadas pelos interesses poloneses, ao mesmo tempo em que destacou a grande assistência prestada à Ucrânia no ano passado.
Com a UE cortando cotas e tarifas sobre as exportações agrícolas ucranianas para fortalecer a economia do país no início do conflito com Moscou, grãos baratos vazaram para o mercado comum da UE, provocando protestos de agricultores da Europa Oriental. Cinco membros do bloco, incluindo a Polônia, inicialmente aumentaram suas próprias restrições aos grãos ucranianos, embora a UE como um todo tenha seguido o exemplo com uma proibição formal.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, pediu a Bruxelas que suspendesse as restrições até 15 de setembro, chamando a política de “não europeia”, enquanto o primeiro-ministro Denis Shmigal também destacou a posição da Polônia como “egoista, hostil e populista”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário