domingo, 28 de maio de 2023

Polícia de Lyon usa de violência para dispersar manifestação contra políticas de governo e gastos com a guerra da Ucrania


Manifestantes entraram em confronto com a polícia francesa na cidade de Lyon na sexta-feira, durante uma manifestação contra as políticas do governo e os incentivos à guerra na Ucrânia, incluindo uma reforma previdenciária altamente debatida. A agitação resultou em incêndios nas ruas e prédios públicos e comerciais vandalizados.

O chamado “Grande Carnaval Popular”, organizado por cerca de 50 grupos e sindicatos de esquerda, atraiu pelo menos 300 pessoas, segundo estimativas da polícia e da mídia local. A manifestação antigovernamental, que começou pacificamente, era para ser “festiva” e contou com fantasias, canções e até apresentações orquestrais.

Mais tarde, porém, a situação saiu do controle quando alguns manifestantes atacaram a prefeitura do 1º distrito da cidade, bem como uma delegacia municipal, segundo a prefeitura local. Imagens publicadas nas redes sociais também mostraram manifestantes quebrando janelas com pedras, móveis queimando nas ruas e tentando erguer barricadas.

A polícia local usou gás lacrimogêneo para dispersar os encrenqueiros enquanto prendia um manifestante. A prefeitura de Lyon condenou "ativistas radicais" pelos "excessos inaceitáveis que colocam em risco a segurança" dos moradores da cidade, dizendo que, apesar de uma saraivada de projéteis, a intervenção policial ajudou a proteger os habitantes e os edifícios de novos danos.

Essas declarações foram repetidas por Yasmine Bouagga, prefeito do 1º distrito, que escreveu no Twitter que o “carnaval popular foi sequestrado por indivíduos violentos que saquearam, queimaram e degradaram os serviços públicos locais”.


A França está sofrendo com protestos em todo o país há vários meses sobre o plano do presidente francês Emmanuel Macron de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Em abril, Macron invocou poderes constitucionais especiais para aprovar sua reforma na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, sem realizar uma votação, o que apenas alimentou o clamor público.

Apesar da reação da oposição, o Conselho Constitucional da França apoiou a decisão de Macron de reformar o sistema previdenciário. O conselho também rejeitou uma proposta para realizar um referendo público sobre o assunto, argumentando que não atendeu aos critérios definidos na constituição.

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