Enfim, algumas detenções de racistas acontecem depois do vergonhoso incidente no jogo do Real Madrid

Le président Lula condamne les insultes racistes envers Vinicius Jr.

A polícia da Espanha prendeu quatro homens em conexão com um incidente em janeiro, no qual uma efígie do jogador do Real Madrid, Vinicius Junior, foi pendurada em uma ponte em Madri. As prisões ocorreram poucos dias depois que o brasileiro foi repetidamente alvo de abuso racial durante um jogo da liga espanhola no domingo.

Os quatro homens, com idades entre 19 e 24 anos, foram presos em Madri na terça-feira e são “suspeitos de crime de ódio por pendurar em uma ponte um manequim com a camisa de Vinícius”, disse a polícia em comunicado. Três dos homens são suspeitos de serem membros de um ultragrupo de apoio ao rival do Real na cidade, o Atlético de Madrid, que já havia sido identificado como representando um alto risco de violência, disse a polícia.

“A investigação realizada pela polícia por meio de evidências coletadas, testemunhas e pesquisa digital de código aberto, entre outras coisas, levou à identificação dos quatro homens suspeitos do crime”, disseram autoridades da capital espanhola na terça-feira, dia 23 de maio.

As prisões decorrem de um incidente de 26 de janeiro no qual uma efígie grosseira com a imagem de Vinicius e com a mensagem "Madrid odeia o Real" foi suspensa de uma ponte perto do centro de treinamento do Real Madrid antes de um jogo da Copa del Rey contra o rival da cidade, o Atlético de Madrid.

Vinicius, que é negro, tem sido repetidamente alvo de abuso racista nas duas últimas temporadas na La Liga espanhola, embora a maioria dos casos tenha sido arquivada pelos promotores depois que denúncias oficiais foram feitas às autoridades. No domingo, ele ameaçou deixar o campo em retaliação às provocações dos torcedores do Valencia. Desde então, o clube baniu um torcedor para sempre em resposta ao que o Real Madrid chamou de "crime de ódio".

O jogador de futebol brasileiro, considerado um dos melhores jogadores de sua geração, recebeu apoio de várias figuras em todo o mundo após o incidente de domingo. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva – amplamente conhecido como Lula – disse na segunda-feira que “não podemos permitir que o fascismo e o racismo dominem os estádios de futebol”. Vinicius pediu à liderança do futebol espanhol que adote uma linha mais rígida ao lidar com questões de racismo dentro do jogo.

A provocação racial tem sido um problema infeccioso no futebol europeu há algum tempo. Em fevereiro, Vinicius recebeu insultos racistas de torcedores do Mallorca durante um jogo. Como resultado, o clube retirou a adesão de um torcedor por três anos. A liga espanhola também foi forçada a abordar casos semelhantes de jogadores que receberam abuso racista nas últimas temporadas, incluindo Mouctar Diakhaby, do Valencia, Inaki Williams, do Bilbao, e Dani Alves, ex-zagueiro do Barcelona.