sexta-feira, 19 de maio de 2023

China se posiciona contra a entrada da Ucrânia na OTAN, na contramão da proposta de Kissinger


Embora, o veterano diplomata americano Henry Kissinger afirme que a adesão da Ucrania a Otan serviria aos interesses de Kiev e Moscou. a China se posicionou contraria a essa recomposição do tratado. Na avaliação dos chineses essa condição não melhoraria a segurança na região europeia. 

Questionado sobre os comentários de Kissinger durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, argumentou que a adesão da Ucrânia à OTAN só aumentaria ainda mais as tensões.

A Ucrânia não deve se tornar a fronteira em um confronto de grandes potências”, disse ele, acrescentando que “fortalecer ou mesmo expandir grupos militares não é uma forma viável de garantir a segurança de uma região. A segurança de um país não deve ser alcançada às custas da segurança de outros países.

Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin

Em entrevista ao Economist publicada na quarta-feira, Kissinger disse que as potências europeias estão adotando uma estratégia "extremamente perigosa" ao manter Kiev fora do bloco militar liderado pelos Estados Unidos, insistindo que a Ucrânia não deve "se tornar um estado solitário apenas cuidando de si mesmo". Ele afirmou que a adesão à OTAN não beneficiaria apenas a Ucrânia, mas também a Rússia.

Se eu falasse com [o presidente russo, Vladimir] Putin, diria a ele que ele também está mais seguro com a Ucrânia na OTAN”, acrescentou o homem de 99 anos, dizendo que a medida impediria Kiev de tomar “decisões nacionais precipitadas sobre reivindicações territoriais”.

Li Hui  com Dmitry Kuleba durante a visita
 à Ucrânia de 16 a 17 de maio de 2023

O porta-voz chinês afirmou que uma “arquitetura de segurança europeia durável” só poderia ser criada por meio do diálogo. Durante uma visita à Ucrânia nesta semana, o enviado especial Li Hui se reuniu com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, o ministro das Relações Exteriores, Dmitry Kuleba, e outros altos funcionários para discutir as opiniões de Pequim sobre uma resolução diplomática para o conflito.

Pequim revelou um roteiro de 12 pontos para a paz em fevereiro, que instou Moscou e Kiev a retomar as negociações diretas. O presidente Putin disse mais tarde que o plano chinês estava "em sintonia" com a posição da Rússia e esperava que a proposta pudesse servir de base para um futuro acordo político.

As potências ocidentais rejeitaram o plano de 12 pontos, com o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, chamando-o de "pensamento positivo", enquanto o principal assessor do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, argumentou que favorece fortemente a Rússia.

As negociações diretas mediadas pela Turquia entre os dois lados foram interrompidas na primavera de 2022. Desde então, o presidente Zelensky descartou qualquer conversa direta com a Rússia enquanto Putin permanecer no poder, e Moscou rejeitou os termos das negociações apresentadas por Kiev. Entre outras coisas, a proposta da Ucrânia exige que a Rússia retire suas forças de todos os territórios dentro das fronteiras ucranianas de 1991, pague indenizações e se submeta a tribunais de crimes de guerra. Moscou rejeitou o plano como "inaceitável", apontando que ele ignora a realidade no terreno e apenas mostra a relutância de Kiev em resolver a crise por meio de negociações.

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