Descobrindo Rembrandt no sec. XXI: Novas pinturas, nova técnica e novo elemento químico

As descobertas oferecem uma nova perspectiva sobre a técnica pictórica do século XVII e sobre a história da conservação de uma obra-prima do artista holandês, além de orçarem mais dez milhões de Euros pelas obras do pintor

Dois retratos desconhecidos de Rembrandt descobertos

As pinturas a óleo têm um valor estimado entre 6 e 10 milhões de dólares.

Dois retratos do pintor holandês Rembrandt, até então desconhecidos dos historiadores da arte, foram descobertos por especialistas da casa de leilões Christie's durante uma avaliação da coleção particular de uma família britânica, cuja identidade não foi revelada, relata o Financial Times .

Unknown Rembrandt portraits unearthed after 200 years https://t.co/n6nE5EhBaq

— Financial Times (@FinancialTimes) May 14, 2023

As pinturas a óleo, datadas de 1635, têm 20 centímetros de altura e mostram Jan Willemsz van der Pluym e Jaapgen Carels, um casal de idosos da cidade holandesa de Leiden que tinha laços familiares com a professora porque o filho do casal era casado com a filha do tio de Rembrandt.

A fim de verificar a autenticidade dos retratos adquiridos pela família em 1824 , a casa de leilões enviou-os para análise ao Museu Nacional de Amesterdão (Holanda), que após "realizar uma investigação material e técnica e histórico-artística", confirmou que as pinturas são autênticas.

As obras de arte estarão à venda em 6 de julho no showroom da Christie's em Londres, Reino Unido, com um valor estimado de £ 5-8 milhões ($ 6-10 milhões ) para as duas peças.

Uma grande "surpresa" de Rembrandt estava escondida  há séculos

Uma equipe internacional de cientistas europeus descobriu um raro composto de chumbo organometálico (chamado formiato de chumbo) na obra-prima de Rembrandt, 'A Ronda Noturna', pintada em 1642 e em exibição no Rijksmuseum em Amsterdã, na Holanda. A equipe de cientistas combinou métodos de imagem multiescala para estudar quimicamente os materiais usados ​​pelo artista e encontrou esse composto, que nunca havia sido detectado em pinturas históricas , relataram os pesquisadores .

"Em tintas, os formatos de chumbo foram relatados apenas uma vez em 2020, mas em

Qual a possível origem?

Os resultados da pesquisa sugerem que Rembrandt misturou óxido de chumbo (II) em seu meio de pintura a óleo de linhaça para ajudar as cores mais claras a secarem mais rapidamente. As interações com outras moléculas ao longo do tempo teriam transformado isso em formatos de chumbo. No entanto, também é possível que os formatos tenham surgido de esforços de restauração anteriores , explica a equipe. O estudo foi publicado recentemente na Angewandte Chemie International Edition.

"Além de fornecer informações sobre as técnicas de pintura de Rembrandt, esta pesquisa abre novos caminhos na reatividade de pigmentos históricos e, portanto, na preservação do patrimônio ", comentou Koen Janssens, professor da Universidade de Antuérpia. tintas de modelos (modelos, tintas frescas). E aí está a surpresa: não apenas descobrimos formatos de chumbo, como os identificamos em áreas onde não há chumbo pigmento de chumbo, branco e amarelo. Achamos que provavelmente desaparecerão rapidamente, por isso até agora não foram detectados nas pinturas dos Velhos Mestres ", explicou Víctor González, pesquisador do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica e primeiro autor do estudar.