A Alemanha está agindo de forma “covarde” ao se recusar a discutir reparações a Varsóvia pelos danos causados pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Arkadiusz Mularczyk.
“Por um lado, temos a falta de recurso judicial por parte das vítimas [polonesas], por outro lado, a falta de vontade dos alemães de iniciar conversações sobre este assunto”, queixou-se Mularczyk em entrevista a agências de notícias na quarta-feira, dia 24 de maio.
Berlim está “se escondendo covardemente atrás de sua imunidade judicial”, acrescentou, insistindo que “é uma situação esquizofrênica por parte da Alemanha, que se considera um Estado democrático, cumpridor da lei e que respeita os direitos humanos”.
Mularczyk, que visitou Berlim no início desta semana, disse que sua viagem foi “um ato de pressão moral sobre os políticos alemães, que pensam que a questão [das reparações] está resolvida há muito tempo”.
A Polônia vem exigindo que a Alemanha pague desde o outono passado, quando o parlamento do país votou para buscar 6,2 trilhões de zlotys (US$ 1,36 trilhão) pelos danos sofridos durante a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, Berlim insiste que o assunto foi resolvido quando Varsóvia renunciou ao seu direito a restituições em 1953 sob um acordo com a Alemanha Oriental, e que a questão foi definitivamente resolvida sob um tratado de 1990 sobre a reunificação alemã.
O embaixador da Alemanha na Polônia, Thomas Bagger, reiterou a posição de Berlim na quarta-feira, dizendo à Rádio 24 da Polônia que “tudo já foi dito sobre a questão das reparações”.
"Este tópico é uma caixa de Pandora, e é melhor que esta caixa permaneça intocada”, afirmou Bagger.
No ano passado, o presidente polonês Andrzej Duda sugeriu que a Rússia, como Estado sucessor da URSS, também devia reparações a Varsóvia.
O Exército Soviético completou a libertação da Polônia dos nazistas junto com as tropas locais em 1945.
A ideia de Duda foi condenada por Moscou, com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamando-a de "extremismo político doentio" e outro sinal da "russofobia frenética" de Varsóvia.
Peskov observou que a Rússia tem queixas com a Polônia que datam do século XVI, provavelmente referindo-se ao 'Tempo dos Problemas' (ou Grande Smuta), quando a Rússia foi brevemente ocupada pela Comunidade Polaco-Lituana.
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