PÂNICO MUNDIAL - EUA deve desestabilizar a economia global ao elevar seu limite de endividamento em US$ 31,4 trilhões

O fracasso em evitar um calote da dívida nos EUA pode ter consequências de longo alcance para as economias americana e global, alertou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, na terça-feira.

Em comentários feitos ao grupo comercial Independent Community Bankers of America, ela observou que “o tempo está se esgotando” para o Congresso elevar o limite de empréstimos de US$ 31,4 trilhões do país.

Secretária do Tesouro, Janet Yellen

O presidente dos EUA, Joe Biden, e a Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, estão em um impasse sobre o assunto há meses, apesar dos repetidos avisos do Departamento do Tesouro de que, a menos que o teto seja elevado, os EUA podem enfrentar seu primeiro calote em 1º de junho.

“Cada dia que o Congresso não age, estamos experimentando custos econômicos crescentes que podem desacelerar a economia dos EUA… recessão é altamente possível… É essencial que o Congresso aja o mais rápido possível… Um calote dos EUA geraria uma crise econômica e uma grande catástrofe financeira”, alertou Yellen.

Ela acrescentou que seu departamento está perto de esgotar as medidas contábeis de emergência que vem implementando nos últimos meses para evitar a inadimplência.

Segundo o alto funcionário, um calote paralisaria o progresso econômico do país e criaria uma “tempestade econômica e financeira sem precedentes”. Isso levaria a uma perda de renda, desencadearia uma recessão nos EUA e prejudicaria a economia global.

“O mercado do Tesouro dos EUA serve como o alicerce do sistema financeiro global… O mundo nunca duvidou que a América pagará o principal e os juros de seus títulos, na íntegra e no prazo… sistema é construído”, afirmou Yellen. 

Ela acrescentou que isso, por sua vez, levaria ao “pânico mundial, provocando chamadas de margem, corridas e vendas de fogo”.

O presidente Biden se reuniu com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, e três outros líderes importantes do Congresso para discutir um possível acordo para aumentar o limite de empréstimos hoje, 16 de maio. O porta-voz Kevin McCarthy,  apesar de Biden se recusar a negociar a realocação ou alteração de valores de empréstimos em dinheiro e o apoio financeiro à Ucrânia, saiu na terça-feira, dia 16 de maio, de uma reunião sobre o teto da dívida com o presidente e outros líderes do Congresso dizendo que a estrutura das negociações havia melhorado e que ele esperava que um acordo fosse possível nos próximos dias.

Embora os dois lados ainda estejam lidando com diferenças importantes, McCarthy disse a repórteres que Biden “mudou o escopo” de quem está envolvido nas negociações, nomeando funcionários da Casa Branca para trabalhar diretamente com membros da equipe do presidente enquanto tentam chegar a um acordo.