O Guarani, na visão de Ailton Krenak, ganha o palco do Municipal em São Paulo

Com a direção de Ailton Krenak e Cybele Forjaz, a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes estreou nesta sexta-feira (12) no Theatro Municipal de São Paulo.

As apresentações vão até o dia 21 de maio, durante a semana, iniciando às 20 horas e nos finais de semana às 17 horas.

Na nova adaptação da obra, o casal protagonista do enredo será pela primeira vez representado por artistas indígenas (os atores David Vera Popygua Ju e Zahy Tentehar) e contará com a participação da Orquestra e do Coro Guarani do Jaraguá KYRE'Y KUERY e projeções e cenários de Denilson Baniwa.

ADAPTAÇÃO

Adaptada do romance de mesmo nome do escritor José de Alencar, O Guarani narra uma história de amor, em que a jovem Cecília, filha de um nobre português, se apaixona por Peri, um indígena da etnia guarani. 

Para os dois quase adolescentes – Cecília tem 16 anos e Peri tem 18 anos –, é a descoberta do amor de forma pura, que começa com a amizade e se transforma de forma arrebatadora, desafiando as diferenças étnicas e culturais do casal. A ópera também traz em sua história a disputa entre a tribo Aimoré e Guarani. Mostra, ainda, o interesse econômico da Espanha na colônia portuguesa na figura do aventureiro Gonzales que, embora tenha interesse em Cecília, tem como principal objetivo dominar a todos para poder explorar as terras indígenas.

“A ópera, o canto lírico, ele vem da Europa. Os Guarani estão trazendo o que a gente poderia entender, que é uma sonoridade daqui, dessa terra, da floresta. E ele é executado pelo coral e Orquestra Guarani, que também é uma inovação”, diz Ailton Krenak.

Os ingressos custam a partir de R$12. Garanta o seu! https://theatromunicipal.org.br/pt-br/evento/operailguarany/

Quem é Ailton Krenak?

Ailton Krenak nasceu em 1953 em Minas Gerais, na região do vale do rio Doce. Ativista do movimento socioambiental e defensor dos direitos dos povos indígenas, participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI).

Como uma liderança histórica no movimento indígena, exerceu um papel crucial na consquista dos Direitos Indígenas na Constituinte de 1988. É ambientalista, filósofo, poeta, escritor e também doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).