Quando ouvi pela primeira vez, falar em ressonância magnética, segundo um estudo de grande relevância para a ortopedia, ela teria a capacidade de mostrar em três dimensões de qualquer parte do corpo humano. Depois, passou a ser utilizada também na psicologia e na neurologia, já que registrava a temperatura e as atividades do cérebro.
Seria, ou melhor é, de extrema curiosidade, de minha parte, uma ressonância de um pobre de direita, principalmente, mostrando o acesso à parte do cérebro responsável pelo arquivamento da memória.
Não estaremos falando da história descrita nos livros e escolares, muito menos, daquelas que nem a história ensinada oficialmente, "não pelos governos de plantão", mas pela e para as elites de eterno plantão. Nossa conversa é mesmo da história pessoal.
Um colega dos tempos do primário, já falecido, se recusava radicalmente a toda e qualquer participação nas mobilizações dos trabalhadores, "movimentos grevistas" mas nunca recusou os reajustes salariais aferidos como resultado destes. Ah, ele trabalhou nos tempos áureos da indústria automobilística, antes, infelizmente, "para a família deste" da Lei que prevê todo histórico de contribuição previdenciária para efeito de aposentadoria. Claro, seu puxa-saquismo não impediu sua demissão, até porque, na única vez que ele foi copeiro, foi como representante da empresa, ou seja, nunca teve estabilidade alguma.
Com a demissão, ele optou por trabalhar longe dos setores politicamente engajados, foi trabalhar como vendedor de lojas de sapatos e se orgulhava de receber as comissões por fora, ou seja, de nunca contribuir, segundo ele mesmo, com o INSS, nos rendimentos destas comissões, por mais que tentássemos, ele nunca nos disse, nem que empresa trabalhava, muito menos qual era seus rendimentos.
Quando me aposentei em 2012, o encontrei, fazendo bico, numa "banca de jogo do bicho", um dia ele me perguntou sobre minha aposentadoria e disse que a dele era de um salário mínimo, que a casa em que morava, era de herança, pois, trabalhou pouco tempo na setor metalúrgico, mas, nunca fez nenhuma greve.
Não perderei tempo em discutir com vocês, questões religiosas, ainda, que estas, estejam na base do problema.
Porém, assim como ele, milhares de trabalhadores, optam, voluntariamente, por esquecer a história que os cerca, esquecendo, também, a antropologia, que a humanidade, saia dos esconderijos para conseguir alimentos, no meio de feras muito maiores, ops, esta parte da história, foi sumariamente apagada dos ensinamentos.
Voltemos, de maneira genérica, falar deste meu colega de primário, mas, com o enfoque coletivo. Quantos trabalhadores foram incentivados, principalmente por lideranças religiosas, a não se envolverem nas lutas sindicais, estes trabalhadores, quando em grandes empresas, acabavam lucrando com os louros das lutas alheias, porém?
Nossa conversa, vai mesmo nos resultados das lutas coletivas, para justificar, a ignorância, dos ganhos em consequência das lutas coletivas, ou as benéfices de governos progressistas, o lado bom disto, as melhorias salariais, bem como as melhorias de todos os indicadores sociais, é radicalmente apagados da existência deste enorme contingente de seres humanos. Deixa de haver, a aquisição de casas próprias, deixa de haver, a compra de carros, deixa de haver, as viagens de avião para visitar a família, em estados longínquos, deixam de haver os cursos universitários dos descendentes.
Minha dúvida, será que numa entrevista monitorada numa máquina de ressonância, havia um choque entre a história do ontem, cronologicamente falando e o ontem, antes de 2002? Está é minha dúvida!
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