sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

TOMO MDCCLVI - O CANTAR DAS XÍCARAS


Do ponto da vista da engenharia, a obra em si é simples, mas, poucos tiveram a ideia da construção, talvez, só uma pessoa. Fixo, meu olhar mais atento para um cofre embutido na parede, o segundo, havia um outro maior, no andar térreo da antiga bolsa do café em Santos.

O chão, um assoalho de madeira nobre, do canto de um compartimento, o tal cofre aberto, dando a impressão, que dele brotassem centenas de xícaras, que em virtude dos passos das pessoas, parecem tilintar, como uma suave melodia, ou apenas um brindar com xícaras de café.

No cofre do andar térreo, diversos grãos da bebida mais bebida no mundo, o ritual exposto no museu, surpreende até o sociólogo aqui, em virtude do nome científico, "CAFFE ARABICO" sempre o imaginou ser nativo das arábias, descubro, surpreso, que ele é originalmente africano, levado para o oriente médio, chega ao Brasil, no séc XVIII, primeiro no Pará, onde não se adapta, passa pelo Maranhão, até chegar ao Rio de Janeiro, depois vale do Paraíba, interior de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, atualmente em Rondônia.


É o café, em virtude do declínio da produção da "cana de açúcar", o produto que dá sustentabilidade à Colônia, que trouxe para cá, a corte portuguesa, que eleva o país a condição de vice-reino, que cria condições para a "independência", que claro, infelizmente, teve o trabalho de escravizados, que perderam a importância econômica com as imigrações europeias.


Poderíamos, até fazer nessa crônica, uma reprodução, daquilo, que nem no curso primário consegui engolir, lá a primeira definição era que os escravizados, não possuíam habilidades para o "trabalho livre" depois, a narrativa foi o humanismo dos ingleses, que se "recusavam" a comprar produtos da "mão-de-obra escravizada", quando na verdade, a única dificuldade dos nobres ingleses para não comprar nosso café, seria o fato dos escravizados não terem salários, logo, não estavam impedidos de consumir os tecidos das tecelagens inglesas ou a seda importada de sua colônia, "a China".


A verdade, é que o ciclo da café, movimentou a economia brasileira, que para manter a lucratividade dos barões do café, o governo Vargas, "não foi o único" comprou e queimou milhares de sacas de café, se este ciclo é o responsável pela exuberante avenida Paulista, também é o seguimento econômico responsável pelo crescimento da cidade de Santos, para onde, munda-se a família do "Dondinho" o pai do Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que vem dar ao Brasil, uma outra projeção mundial.


O café, é o produto econômico responsável por grande parte de nossa história e, como toda qualquer outra atividade econômica, recebe benéfices governamental, sempre, em detrimento da população em geral. 


Fato inquestionável, é que o conhecimento da história, inclusive, "a banda podre" desta história, pode fazer com não repitamos os mesmos erros.

@museudocafe @museu do café 

@aleheron @ Alê Heron


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