terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

UM DOIDÃO NO CAOS: Presidente Argentino ignora completamente a realidade

Milei ignora desastres naturais, minimiza impacto de tarifas e dívida com o FMI

Em uma semana em que o governo do líder de extrema direita Javier Milei continuou ignorando a ferocidade de um incêndio incontrolável no chamado paraíso da Patagônia, que deixou mortos e dezenas de casas destruídas, agora enfrenta o colapso de importantes empresas e a notícia de última hora da decisão de seu admirado presidente, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio que afetarão seriamente este país.
Tampouco conseguiu fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto milhões de dólares em dívidas foram adquiridos apenas para pagar os juros da dívida contraída por seu sócio Mauricio Macri (2015-2019), 45 bilhões de dólares que este organismo lhe entregou sabendo que a Argentina estava à beira do calote, como aconteceu quando ele perdeu as eleições para sua reeleição.

No plano social, depois de terem sido atingidos os alertas de que a emergência que levou ao levante popular de dezembro de 2001, que culminou com a renúncia do então presidente Fernando de la Rúa, foi atingida, Milei continua minimizando a massiva marcha antifascista de dois milhões de pessoas nesta capital do país, com apoio mundial no dia primeiro do mês passado. A situação social se expressa dia após dia em um “Milei fora” e a renúncia imediata do presidente é solicitada.

Enquanto isso, os principais analistas alertam o presidente que ele está andando na corda bamba como um equilibrista e que a situação está saindo do controle. Todos os dias ele toma decisões como retirar o país da Organização Mundial da Saúde e agora, imitando Trump, quer fazer o mesmo com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras propostas semelhantes que o afastam ainda mais de toda a região, cujo governo ele despreza.
Encorajado pela bajulação da extrema direita e dos fascistas do mundo, ele anunciou neste mês de fevereiro aumentos em todos os setores, especialmente na alimentação e nas tarifas impossíveis de pagar porque a queda da inflação que ele considera um triunfo foi alcançada à custa do sacrifício de toda a população, e a pobreza aumenta com as demissões de trabalhadores não só estatais, mas também de empresas privadas que estão abandonando o país, como a Mercedes Benz, entre outras.

As tarifas de Trump impactariam as exportações de grandes empresas siderúrgicas, como Aluar, Acindar, Ternium e Tenaris. Essas vendas já haviam sido afetadas pelas tarifas impostas por Trump em 2018, mas o impacto foi amenizado posteriormente com o estabelecimento de uma cota preferencial, lembra o Página/12 .

Ele acrescentou que “haverá negociações, medidas retaliatórias e impacto nas indústrias de países como a Argentina”.
O analista Javier Lewkowicz destaca que a Aluar vende cerca de 500 milhões de dólares em alumínio para os Estados Unidos a cada ano e menciona que Trump está avançando com seu plano de guerra comercial para que as empresas americanas produzam o máximo possível em seu território “para impulsionar o emprego naquele país”, o que se torna a antítese do que faz Milei, que neste caso nunca ousaria sustentar que o presidente americano é um “comunista e um estatista”.

Além dos 120 funcionários de seu governo, o presidente decidiu demitir Sonia Cavallo, que foi embaixadora na Organização dos Estados Americanos (OEA) por um ano, e Mariano de Los Heros, chefe da Agência Nacional de Seguridade Social, apenas porque eram filhos daqueles que se manifestavam sobre questões de política governamental.

Sonia Cavallo é filha de Domingo Cavallo, que precipitou a queda de De la Rúa em 2001 e agora critica a política monetária do governo e considera uma "apreciação exagerada" da taxa de câmbio usada pelo governo. "O pai de Sonia está constantemente torpedeando e sabotando o programa econômico, ele está de um lado ou de outro", disse Milei a uma estação de rádio local.

Novas marchas estão sendo preparadas nessas horas enquanto o grito “fora Milei” é ouvido quase diariamente e ainda mais quando se sabe que apenas 22 por cento dos fundos da instituição que lida com incêndios e desastres foram executados em um momento em que o fogo já consumiu 37 mil hectares de floresta na província do sul e há mais de 700 famílias evacuadas.

Se algo faltasse, a ministra da Segurança Patricia Bullrich é a arquiteta das prisões dos supostos incendiários, apesar das denúncias dos afetados de que por trás desses incêndios há uma "mão externa" que corresponde a países com forte inserção no local no último ano, como Israel, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
De fato, o milionário britânico Joe Lewis, que assumiu o controle do Lago Escondido, um paraíso para os habitantes da Patagônia, e mantém uma base aérea onde aviões de guerra britânicos podem pousar, continua agindo livremente. Nessas horas, um importante grupo de defesa da soberania que todos os anos faz uma expedição ao local para reafirmar a soberania argentina, não conseguiu avançar porque tudo no caminho a ser percorrido está sob fogo.

Enquanto isso, os mercenários que guardam os territórios de Lewis agiram reprimindo os habitantes que protestavam contra o abandono de ajuda do governo nacional nesta dramática emergência dos incêndios.

Além de acusar os mapuches, que Bullrich considera “terroristas”, começaram as prisões arbitrárias. Já são 12 pessoas entre os vizinhos que estavam ajudando, que tiveram que ser soltas, mas quem protestar está na mira do Ministro da Segurança.

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