O protesto foi reprimido em frente ao Centro de Detenção Metropolitano de Los Angeles, enquanto um grupo de pessoas exigia que membros da força policial federal, armados com escudos antimotim, dissessem "ICE, fora de Los Angeles!", referindo-se ao Serviço de Imigração e Alfândega.
No momento em que este texto foi escrito, alguns policiais patrulhavam as ruas a cavalo, enquanto outros, com equipamento antimotim, se alinhavam atrás das tropas da Guarda Nacional mobilizadas para proteger instalações federais.
Os policiais dispararam gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral, forçando os manifestantes a recuar durante as manifestações.
O Departamento de Polícia de Los Angeles informou que os protestos chegaram à rodovia 101, onde manifestantes agitando bandeiras mexicanas e carregando cartazes com os dizeres "Direitos totais para todos os migrantes" fecharam ambas as faixas às 15h45, horário local. A Patrulha Rodoviária da Califórnia posteriormente liberou a via, informou o site do Los Angeles Times .
O jornal noticiou que um grupo de indivíduos atacou cinco táxis Waymos (veículos autônomos), três dos quais foram incendiados. Durante um confronto entre manifestantes e policiais, um helicóptero da polícia de Los Angeles sobrevoou uma multidão na Rua 1, com a mensagem: "Gravei todos vocês. Vou até suas casas."
Os protestos contra as operações anti-imigrantes continuaram no bairro de Compton e se espalharam para a cidade de Pasadena, na Califórnia, e também para Chicago, Illinois.
Em Pasadena, manifestantes foram às ruas segurando cartazes com os dizeres ICE outside (Pasa)DENA, em frente ao AC Hotel Pasadena, onde agentes federais supostamente estão hospedados.
Enquanto isso, o presidente afirmou em sua conta no Truth Social: Los Angeles, uma outrora grande cidade americana, foi invadida e ocupada por imigrantes indocumentados e criminosos. Agora, turbas violentas e insurgentes perseguem e atacam nossos agentes federais na tentativa de impedir nossas operações de deportação.
O vice-presidente JD Vance republicou a mensagem, alertando: Este momento exige uma liderança decisiva. O presidente não tolerará distúrbios ou violência.
Horas antes, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que pediu formalmente à Casa Branca que revogasse o envio ilegal de tropas, destacou em sua conta no X que Trump elogiou o trabalho da Guarda Nacional antes de ela ser enviada.
Em uma coletiva de imprensa, a prefeita Karen Bass pediu à população que se expressasse pacificamente, pois se as pessoas se tornarem violentas, se infringirem a lei, serão presas e responsabilizadas. Ela também classificou a situação atual como resultado do caos causado pela administração do magnata.
Diante de tudo isso, o republicano observou ontem à noite em suas redes sociais: o governador Gavin Newsom e o prefeito Bass deveriam se desculpar com o povo de Los Angeles pelo péssimo trabalho que fizeram, inclusive diante dos tumultos em Los Angeles. Eles não são manifestantes, são desordeiros e insurgentes. Lembrem-se: nada de máscaras!
Newson retrucou: Trump está colocando mais lenha na fogueira. Recrutar a Guarda Nacional de um estado sem consultar um governador é ilegal e imoral. A Califórnia levará essas ações à justiça.
Uso de "bandeiras estrangeiras"
Mais tarde, Vance afirmou novamente em X: Insurgentes agitando bandeiras estrangeiras estão atacando agentes de imigração, enquanto metade dos líderes políticos americanos decidiu que a fiscalização da fronteira é ruim. É hora de aprovar o belo projeto de lei do presidente Trump e proteger ainda mais a fronteira.
O conselheiro presidencial Stephen Miller criticou: “Qual é o termo correto para descrever cidadãos estrangeiros que agitam bandeiras estrangeiras, causam tumultos e obstruem a aplicação da lei federal que tenta remover invasores estrangeiros ilegais ?”
Com a mesma narrativa, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou anteontem no X e mostrando uma foto na qual um manifestante carrega a bandeira mexicana: radicais de esquerda agitando bandeiras estrangeiras estão atacando violentamente agentes do ICE e da Patrulha da Fronteira e obstruindo atividades oficiais de aplicação da lei em Los Angeles.
Do lado de fora do Centro de Detenção Metropolitano em Alameda, a deputada Maxine Waters se dirigiu às tropas da Guarda Nacional, cuja presença ela chamou de uma escalada de tensões por parte do governo Trump. "Em quem vocês vão atirar? Se vão atirar em mim, é melhor atirarem com precisão", noticiou o Los Angeles Times .
Os confrontos expuseram o autoritarismo de Trump em tempo real, escreveu o senador independente de Vermont Bernie Sanders no X.
Realizar incursões ilegais em massa. Provocar uma contra-resposta. Declarar estado de emergência. Chamar as tropas: inaceitável, disse Sanders.
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