As conversações de paz na principal cidade portuária da Tanzânia, Dar es Salaam, estão sendo mediadas por uma delegação dos EUA, do bloco comercial da África Oriental IGAD e da Noruega, informou o Addis Standard na quarta-feira, citando fontes diplomáticas.
O governo federal está sendo representado pelo chefe da inteligência militar da Força de Defesa Nacional da Etiópia (ENDF), general Getachew Gudina, e seu vice, major-general Demis Amenu, acrescentou o meio de comunicação.
As negociações, que começaram no início deste ano, ocorrem num momento em que a Etiópia vive um aumento das tensões étnicas e da violência, após uma guerra devastadora de dois anos na região de Tigray, que só terminou em 2022.
Anos de agitação em Oromia, a maior região da Etiópia, em torno de Adis Abeba, estão enraizados em queixas sobre alegada marginalização e negligência por parte do governo federal. Eles resultaram em centenas de mortes e no deslocamento de dezenas de milhares.
O governo acusou o OLA de envolvimento na recente violência étnica na região. O OLA é um antigo braço militar da Frente de Libertação Oromo (OLF), um partido da oposição anteriormente banido que regressou do exílio após a posse do primeiro-ministro Abiy Ahmed em 2018.
Quase cinco anos após a sua separação do OLF, as autoridades culparam o OLA por uma série de massacres, incluindo assassinatos selectivos de pessoas da minoria étnica Amhara. Em 2020, o grupo foi acusado de assassinar Haji Umar Nagessa, um veterano combatente pela liberdade e líder tradicional em Guji. Ele negou repetidamente as acusações.
A Amnistia Internacional já criticou a resposta de Adis Abeba aos ataques de grupos armados em Oromia e Amhara, a segunda região mais populosa do país. A organização de direitos humanos acusou as forças de segurança etíopes de execuções extrajudiciais, violações, prisões e detenções arbitrárias, bem como de incêndio de casas.
A primeira ronda de conversações de paz entre o governo e o OLA em Zanzibar, na Tanzânia, terminou em Maio sem acordo. Dias depois, o grupo ilegal disse que o governo lançou uma ofensiva militar contra eles, uma medida que alegavam contradizer os compromissos de dar prioridade à desescalada durante os processos de negociação.
A segunda rodada de discussões ocorre em meio a relatos de novos confrontos entre combatentes locais de Fano e residentes armados na Zona Especial de Oromia, em Amhara, no domingo, que teriam deixado mais de 18 pessoas mortas e mais de 30 feridas.
Segundo a ONU, pelo menos 183 pessoas morreram em combates entre a ENDF e os habitantes locais na região de Amhara desde Julho. O governo declarou estado de emergência por seis meses em agosto em resposta ao conflito mortal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário