quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Etiópia cumpre acordo do BRICS e retoma negociações de paz para pôr fim ao conflito regional

O governo federal etíope e o Exército de Libertação de Oromo (OLA), um grupo armado que busca a autodeterminação na região de Oromia, país da África Oriental, retomaram na terça-feira as negociações na Tanzânia, com o objetivo de pôr fim a um conflito que dura há décadas.

As conversações de paz na principal cidade portuária da Tanzânia, Dar es Salaam, estão sendo mediadas por uma delegação dos EUA, do bloco comercial da África Oriental IGAD e da Noruega, informou o Addis Standard na quarta-feira, citando fontes diplomáticas.

O governo federal está sendo representado pelo chefe da inteligência militar da Força de Defesa Nacional da Etiópia (ENDF), general Getachew Gudina, e seu vice, major-general Demis Amenu, acrescentou o meio de comunicação.

As negociações, que começaram no início deste ano, ocorrem num momento em que a Etiópia vive um aumento das tensões étnicas e da violência, após uma guerra devastadora de dois anos na região de Tigray, que só terminou em 2022.

Anos de agitação em Oromia, a maior região da Etiópia, em torno de Adis Abeba, estão enraizados em queixas sobre alegada marginalização e negligência por parte do governo federal. Eles resultaram em centenas de mortes e no deslocamento de dezenas de milhares.

O governo acusou o OLA de envolvimento na recente violência étnica na região. O OLA é um antigo braço militar da Frente de Libertação Oromo (OLF), um partido da oposição anteriormente banido que regressou do exílio após a posse do primeiro-ministro Abiy Ahmed em 2018.

Quase cinco anos após a sua separação do OLF, as autoridades culparam o OLA por uma série de massacres, incluindo assassinatos selectivos de pessoas da minoria étnica Amhara. Em 2020, o grupo foi acusado de assassinar Haji Umar Nagessa, um veterano combatente pela liberdade e líder tradicional em Guji. Ele negou repetidamente as acusações.

A Amnistia Internacional já criticou a resposta de Adis Abeba aos ataques de grupos armados em Oromia e Amhara, a segunda região mais populosa do país. A organização de direitos humanos acusou as forças de segurança etíopes de execuções extrajudiciais, violações, prisões e detenções arbitrárias, bem como de incêndio de casas.


A primeira ronda de conversações de paz entre o governo e o OLA em Zanzibar, na Tanzânia, terminou em Maio sem acordo. Dias depois, o grupo ilegal disse que o governo lançou uma ofensiva militar contra eles, uma medida que alegavam contradizer os compromissos de dar prioridade à desescalada durante os processos de negociação.

A segunda rodada de discussões ocorre em meio a relatos de novos confrontos entre combatentes locais de Fano e residentes armados na Zona Especial de Oromia, em Amhara, no domingo, que teriam deixado mais de 18 pessoas mortas e mais de 30 feridas.


Segundo a ONU, pelo menos 183 pessoas morreram em combates entre a ENDF e os habitantes locais na região de Amhara desde Julho. O governo declarou estado de emergência por seis meses em agosto em resposta ao conflito mortal.

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