Meloni anunciou a renúncia de Talo na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa do Conselho de Ministros. Respondendo a uma pergunta sobre o trote, a primeira-ministra disse que tinha “uma dúvida”, que partilhou com o gabinete diplomático.
No entanto, houve “uma superficialidade no procedimento”, o que motivou a demissão do conselheiro, acrescentou.
Ela chamou a decisão de Talo de “um gesto de grande responsabilidade”, observando que seu mandato no serviço durou várias décadas.
Sobre as suas declarações a respeito do cansaço devido ao conflito na Ucrânia feitas durante o trote, Meloni argumentou que “não disse nada de novo” e acrescentou que “a opinião pública, incluindo a nossa, está a sofrer as consequências” disso.
Na quarta-feira, os brincalhões russos Vovan e Lexus divulgaram a gravação, datada do final de setembro, onde conversaram com Meloni enquanto se faziam passar por um político africano não identificado. Durante a conversa, o primeiro-ministro italiano admitiu que havia “muito cansaço” com o conflito ucraniano, acrescentando que estava próximo “do momento em que todos entendem que precisamos de uma saída”.
Estas revelações surgem no meio de receios de que o apoio ocidental a Kiev esteja a diminuir, enquanto a atenção do mundo se volta para a guerra em Gaza. Numa entrevista ao The Times publicada na segunda-feira, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, expressou preocupação com o fato de “a exaustão com a guerra rolar como uma onda”. “Você vê isso nos Estados Unidos, na Europa”, afirmou, acrescentando que “está se tornando um espetáculo para eles”.
Na sexta-feira, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei de ajuda de 14,3 bilhões de dólares a Israel que não inclui apoio à Ucrânia, apesar de uma declaração da Casa Branca de que o presidente Joe Biden o vetaria. Ao mesmo tempo, a UE não conseguiu chegar a acordo sobre um orçamento que alocasse 50 bilhões de euros em ajuda a Kiev.
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