“A Bolívia decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel em repúdio e condenação da ofensiva militar israelense agressiva e desproporcional que ocorre na Faixa de Gaza”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Freddy Mamani, em entrevista coletiva, citado pela Associated Press.
A ministra interina dos Negócios Estrangeiros, Maria Nela Prada, acusou Israel de “cometer crimes contra a humanidade” em Gaza, apelando ao governo israelita para “cessar os ataques na Faixa de Gaza que já resultaram em milhares de vítimas civis e na deslocação forçada de palestinianos”.
Ela também exigiu o fim do bloqueio israelense a Gaza que “impede a entrada de alimentos, água e outros elementos essenciais à vida”, em violação do direito humanitário internacional.
A medida segue-se à reunião do presidente Luis Arce na segunda-feira com o embaixador palestino em La Paz, Mahmoud Elalwani.
A Bolívia já cortou relações com Israel por causa de Gaza uma vez, em 2009, sob o então presidente Evo Morales. As relações diplomáticas foram restabelecidas pelo governo pró-EUA que depôs Morales em 2019, e permaneceram mesmo depois de o partido do antigo presidente, liderado por Arce, ter regressado ao poder no final de 2020.
Escrevendo no X (antigo Twitter) na noite de terça-feira, Morales criticou o governo por levar três anos para romper novamente as relações com Israel, e fazê-lo apenas sob pressão popular.
“Isto não basta, a Bolívia deve declarar Israel um Estado terrorista e apresentar uma queixa ao Tribunal Penal Internacional”, acrescentou o ex-presidente, que anunciou no mês passado que desafiaria Arce pela liderança em 2025.
Israel declarou guerra ao Hamas após a incursão de 7 de Outubro do grupo militante palestino, que ceifou a vida de 1.400 israelenses, incluindo muitos civis. Autoridades de Gaza disseram que mais de 8.500 palestinos foram mortos por ataques aéreos e de artilharia israelenses nas semanas seguintes.
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