Em entrevista a TV Chinesa, Dilma Rousseff destaca a importância da liquidação em moeda local e questiona o privilégio absoluto de algumas moedas. A presidenta ressalta que a liquidação em moeda local é uma tendência, não para contrariar o dólar americano.
Novo Banco de Desenvolvimento estabelece novo recorde com 1,2 bilhão de dólares "panda bonds", dívidas denominadas em RMB vendidas por emissores estrangeiros na China.
No exclusivo de Liu Xin com Dilma Rousseff, ela destaca a importância da liquidação em moeda local e questiona o privilégio absoluto de algumas moedas.
Dilma Rousseff: Acredito que, no mundo de hoje, há uma tendência crescente para promover trocas comerciais usando moedas locais. Quero dizer que há vários exemplos importantes dessas trocas. Por exemplo, o mercado de petróleo é um campo significativo no câmbio de moeda de hoje. Vemos agora quando a China e a Arábia Saudita têm seu próprio comércio de petróleo, ambos os países usam a moeda local para realizar comércio. RMB é a moeda que os dois países usam.
Outro exemplo importante é que os países do Sul Global estão usando cada vez mais moedas locais para pagamentos comerciais. O que propomos é que parte do financiamento para os países membros seja liquidado nas suas moedas locais. Esse tipo de financiamento também pode ser realizado utilizando as moedas de outros países em desenvolvimento ou países emergentes na cesta de moedas. A liquidação em moeda local pode melhorar o financiamento corporativo. Penso que isso é vantajoso.
Muitas pessoas questionam se é uma medida para combater outras moedas, mas não é o caso. Em suma, não achamos que o privilégio absoluto de liquidar todas as negociações em dólares ou euros esteja certo. Temos de utilizar as nossas próprias moedas para reforçar a base do comércio e do investimento nos nossos países.
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