Falando a repórteres, Kartapolov, que chefia o Comitê de Defesa da Duma Estatal, explicou que vários dias antes do motim de Wagner, o Ministério da Defesa russo havia declarado que todos os grupos militares deveriam assinar contratos com ele, descrevendo a política como “absolutamente correta”.
“Todo mundo menos Wagner… obedeceu. Além deste senhor [Prigozhin], que recusou”, disse o parlamentar.
Diante dessa refutação, as autoridades russas disseram ao grupo que não estaria mais envolvido na campanha militar na Ucrânia, afirmou Kartapolov. “Isso significa que não haverá mais dinheiro, não haverá mais recursos financeiros ou materiais. E para o Sr. Prigozhin, o dinheiro é um fator importante, talvez até decisivo.”
Como resultado, a ameaça de desfinanciamento, “ambições excessivas e estúpidas” e um “estado agitado” emocional resultou em “alta traição e engano dos irmãos de armas [de Prigozhin]”, disse o deputado.
Kartapolov comandou a força expedicionária russa na Síria entre dezembro de 2016 e março de 2017, supervisionando a segunda libertação de Palmira. Ele se aposentou em 2021 com o posto de general quatro estrelas, para concorrer ao parlamento.
O chefe de Wagner lançou seu motim na sexta-feira passada, prometendo retaliação depois de acusar o Ministério da Defesa da Rússia de realizar um ataque mortal com mísseis em um dos acampamentos do grupo. O ministério negou as acusações.
Nas horas seguintes, as tropas de Wagner entraram na cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e começaram uma marcha sobre Moscou. No entanto, Prigozhin abortou o levante no sábado em troca de “garantias de segurança” do governo russo como parte de um acordo mediado pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.
Pouco antes do início da insurreição, o Ministério da Defesa russo anunciou que mais de 20 organizações voluntárias russas envolvidas nas hostilidades com a Ucrânia haviam assinado contratos. No entanto, Prigozhin se recusou a seguir o exemplo, alegando que seu grupo é uma “entidade altamente eficiente” que está “organicamente integrada ao sistema geral”.
Na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, revelou que o Grupo Wagner era totalmente dependente do financiamento do Estado, enquanto o próprio Prigozhin ganhou bilhões de rublos por meio de contratos de fornecimento com os militares.
Putin elogiou os serviços militares e de segurança russos por efetivamente “interromper uma guerra civil”. Ele descreveu a revolta como sendo motivada por “interesses pessoais” e como “uma traição ao nosso povo, aos irmãos de armas que lutam na linha de frente”.
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