Quando o novo presidente do Brasil visitou a União Europeia pela primeira vez em abril, ele evitou Paris, Bruxelas e Berlim. Agora, seu homólogo francês o recebeu no Palácio do Eliseu.
Em 2000, o governo da França cedeu um porta-aviões desativado à Marinha do Brasil e, alguns anos depois, concordou em construir uma nova geração de submarinos para seu aliado de longa data. O primeiro exemplar da classe francesa Scorpene entrou em serviço para o Brasil no outono. Até o final da década, deve ser construído o primeiro submarino nuclear do Brasil, com apoio da França. A relação de segurança, amizade e confiança do Brasil e da França vem de longa data.
O presidente brasileiro Luiz Ignacio Lula da Silva, durante sua visita ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, discutido assuntos relacionados à Guiana Francesa, departamento ultramarino governado por Paris, floresta amazônica, o acordo de livre comércio com o bloco sul-americano Mercosul, BRICS e o diálogo de paz da guerra da ucrânia.
Após a conversa com Lula, Macron afirmou que atenderia o telefone se o presidente russo, Vladimir Putin, decidisse chamá-lo para fazer qualquer tipo de proposta em relação ao conflito na Ucrânia.
Em entrevista ao canal de notícias France24, o líder francês destacou, no entanto, que "não tem motivos para ligar primeiro para [Putin]", acrescentando que a contra-ofensiva ucraniana está em andamento e que espera que o momento das negociações chegue em breve. termos favoráveis a Kiev.
“Mas, se ele me ligar e propor algo, eu responderei, porque a França sempre foi um mediador”, disse Macron.
Ele também destacou que qualquer retomada do diálogo hoje só é possível “se houver um retorno ao direito internacional, que garanta a possibilidade de viver em paz”.
Macron foi um dos poucos líderes europeus que, apesar de enfrentar reações adversas, continuou a manter conversas regulares com Putin depois que a Rússia lançou sua operação militar na Ucrânia em fevereiro passado. Macron também advertiu repetidamente o Ocidente contra tentar forçar termos de paz "humilhantes" à Rússia e insistiu que Paris é contra tentar forçar uma mudança de regime em Moscou ou atacar a Rússia em seu próprio solo.
No entanto, ele também disse que quer ver a Rússia “derrotada na Ucrânia” e continuou a fornecer às forças de Kiev armas cada vez mais pesadas, incluindo veículos de combate de infantaria e canhões de artilharia.
No início desta semana, a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, anunciou que Paris havia solicitado que Macron fosse convidado para a próxima conferência do BRICS em Joanesburgo, África do Sul. Segundo o responsável, o presidente francês manifestou “interesse” em assistir como observador à 15ª cúpula do grupo, que é constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
No entanto, altos funcionários russos argumentaram que a presença de Macron na cúpula seria "inapropriada", considerando a posição de seu governo contra Moscou e as tentativas de isolá-la, apoiando o objetivo da OTAN de infligir uma "derrota estratégica" à Rússia.
Por sua vez, Naledi Pandor, chanceler da África do Sul, anfitriã da cúpula, disse que convidar Macron seria uma “inovação” para o BRICS, mas observou que ainda não há uma decisão sobre o assunto.
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