sexta-feira, 11 de julho de 2025

TOMO MCMIII - A MESTRIA DAS RUAS


Minhas primeiras "dolorosas" lembranças das ruas, vieram das "borrachadas, gás de pimenta, gás lacrimogêneo, etc" infelizmente, verdadeiras dores, vieram de um tempo em que as ruas na São Paulo da garoa eram das senhoras católicas, aliadas a tudo que há de pior na sociedade brasileira, os barões do café e aos capitães das indústrias, ao grandes magazines, que eram aliados a marcas estrangeiras "Mesbla, Sears, Pirani, Mappin".
Esta era aos olhares de uma criança de dez anos, exemplos da "sabuja" burguesia nacional, que por nego dos grandes comícios da "Central do Brasil", recorriam ao guarda-chuva protetor dos "americanos", como se o Brasil ficasse em Nárnia.


Desta lembrança, ainda imaginada, a partir de narrativas dos locutores das rádios, apenas em ondas médias, as curtas, só à distância, que só conhecemos um anos depois, quando do eclodir do golpe, que desde sempre, era nítido a interferência estadunidense nos nossos caminhos, porém, lá, não tínhamos com quem expor as perseguições, "sem o menor fundamento" de uma criança, então com onze anos.

As mobilizações, tipo "Central do Brasil" permitiu aos trabalhadores o "décimo terceiro salário", acreditem, a economia não quebrou, assim como também não quebrou com a redução da jornada de trabalho das então quarenta e oito horas semanais para as atuais quarenta e quatro, também, não quebrará caso venha a ser proibida a semana (6X1), nem mesmo caso haja uma outra redução da carga de horas semanais trabalhadas. Mas, os choros de "barriga cheia" dos manhosos burgueses, para que continuem manhosos, faz-nos crer que sim, enquanto choram nas mídias, fazem lobbies no congresso, "e nas mídias" que financiam, incluindo, é claro, estes custos nos produtos, em outras palavras, o trabalhador, quem realmente produz, é quem paga as contas de sua idiotização.

O ano de "2014", marcou, graças ao mesmo expediente que permitiu a ascensão do nazi-fascismo, no séc passado, as infundadas acusações de corrupção, bem como o mesmo ódio às minorias, "as múltiplas fobias", aparecendo agora, não no Brasil, mas um alvo para ser dirigido o ódio infundado. O imigrante, ah, no Brasil, pela forte presença dos imigrantes, este xenófobo ódio, é destinado aos migrantes internos. Ou seja, muda o contexto, mas, o ódio continua.

Como consequência direita de nosso recuo, os defensores do ódio se apropriaram das ruas, (houve ainda a pandemia), como nós defendemos a vida, recuamos.

Ontem, 10/07/25, retomamos as ruas, ainda não em número o suficiente, mas, estivemos nas ruas, para pleitear algo que está em nossas pautas desde as campanhas pela constituinte "88". As taxações dos ricos (BBB: "Bilionários, Bancos e Bets" este último, mais uma 'invenção" desta modernidade, um inimigo, que não tínhamos anos atrás.

Todas nossas conquistas foram com o povo nas ruas, todas nossas derrotas, aconteceram quando abdicando das mesmas ruas.

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