Mais de 6.000 pessoas marcharam na capital alemã, informou a agência de notícias DPA, embora alguns grupos de esquerda envolvidos na organização da manifestação tenham afirmado que participaram mais de cinco vezes esse número.
As multidões seguravam bandeiras palestinianas e cartazes onde se lia “parem o genocídio”, “quantas crianças têm de morrer?” e “cessar-fogo agora”.
Berlim e outras cidades alemãs responderam à eclosão da guerra Israel-Hamas proibindo todas as manifestações pró-Palestina. Vários protestos ilegais foram realizados em Berlim, com 65 policiais feridos e 174 manifestantes presos num comício que se tornou violento na cidade no final de outubro.
Desde então, a proibição foi relaxada, sendo permitidas manifestações autorizadas. Expressões de apoio ao Hamas ou outros grupos militantes, bem como slogans considerados anti-semitas ou anti-Israel, são proibidos nestes comícios oficialmente sancionados. A lei federal alemã também proíbe a glorificação da violência e a queima da bandeira israelita.
Na quinta-feira, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, anunciou a proibição de todas as atividades pró-Hamas e dissolveu a filial alemã do Samidoun, um grupo que organiza manifestações pró-Palestina na Europa e nos EUA. Faeser acusou Samidoun de realizar “celebrações jubilosas” quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro.
A repressão foi condenada por um grupo de mais de 100 inteletuais judeus alemães. Numa carta aberta no mês passado, o grupo acusou a polícia de usar o antissemitismo como desculpa “para suprimir expressões políticas legítimas e não violentas, que podem incluir críticas a Israel”.
A manifestação de sábado foi pacífica, com a polícia relatando a prisão de apenas uma pessoa; uma mulher que supostamente atacou um jornalista.
Protestos semelhantes foram realizados em cidades de toda a Europa, com manifestações em Paris e Londres atraindo grandes multidões. A Polícia Metropolitana de Londres disse que libertou um grupo de manifestantes que estavam sentados na rua bloqueando um cruzamento de trânsito em Oxford Circus e prendeu um total de 11 pessoas durante a tarde, uma das quais supostamente carregava um “placa que poderia incitar ao ódio”.
Em Paris, milhares de manifestantes marcharam desafiando a proibição de protestos pró-Palestina. A multidão foi ouvida gritando “Assassino de Israel, cúmplice de Macron”, referindo-se à oferta de tropas do presidente francês Emmanuel Macron para combater o Hamas.
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