A aquisição ocorre após a empresa sofrer uma perda recorde no ano passado, com a produção nuclear caindo para uma baixa de 34 anos.
O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, saudou a nacionalização da empresa, chamando-a de “sucesso” e dizendo que a aquisição do Estado era “indispensável” para o futuro da empresa de energia.
No final de 2022, Paris lançou uma compra da participação de 16% na EDF, oferecendo cerca de € 10 bilhões (US$ 10,9 bilhões) para assumir o controle total do fornecedor de eletricidade endividado. O Estado francês já detinha quase 84% da EDF, enquanto 15% estava nas mãos de acionistas privados e o restante 1% nas mãos dos funcionários da concessionária.
Bruno Le Maire |
A França gera cerca de 70% de sua eletricidade a partir de uma frota nuclear de 56 reatores, todos operados pela EDF. No entanto, a maioria deles enfrentava problemas recorrentes de corrosão e estavam parados ou em manutenção, causando uma queda acentuada na geração de energia.
A redução da produção de energia nuclear levou a um aumento dramático no custo da eletricidade na França no ano passado, forçando a EDF a comprar energia nos mercados atacadistas para cobrir seu déficit de produção e exacerbando ainda mais a crise energética da Europa.
A dívida financeira líquida da EDF aumentou 50%, para quase US$ 70 bilhões no ano passado, registrando uma perda recorde.
A empresa espera que a produção deste ano fique na faixa de 300 a 330 terawatts-hora, subindo para 345 terawatts-hora em 2024, o que ainda está longe dos 380 terawatts-hora gerados em 2019.
Especialistas dizem que a França, que costumava ser um exportador de energia, deve depender fortemente das importações de eletricidade de países vizinhos, incluindo a Alemanha, para atender à demanda doméstica no próximo inverno.
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