Já imaginaram um texto assim: eu. e. maria. Claro, que tal construção é absurda, no entanto, quando vemos reportagens da "mérdia corporativa", enaltecendo uma pessoa, naquilo que convencionou-se chamar de terceira, as vezes, melhor idade, totalmente incluído no mercado de trabalho, com o único intuito de completar, ou melhorar a renda, estamos, pura e simplesmente, pontuando o impontuável.
Infelizmente, esta pontuação, indevida, não se restringe ao idoso, vai até a mais tenra infância, e exalta a criança empreendedora.
Vamos lá, há, infelizmente, duas discussões a serem feitas, a primeira, é uma questão dos direitos, direito à escolarização desta criança empreendedora, que, hipoteticamente, igual a uma criança das classes abastadas, passam o dia em atividades escolares, para quando, em idade produtiva, melhor explorar os exploráveis, na outra ponta desta história, encontramos uma pessoa na terceira idade, que está no mercado de trabalho, não, por uma "gana produtiva", mas, por uma necessidade de "sub"existência. Ou seja, estamos mesmo falando de uma imposição trazida pela insuficiência da renda oriunda das aposentadorias. O problema, claro, não nasceu neste séc. Porém?
Sou um setentão, com algum privilégio de memória, lembro, então, das caixas de pecúlio, vindas "como dádivas" da ditadura Vargas, caixas estas, unificadas no "INPS" nos primeiros anos da ditadura militar. Os avanços, ainda não completamente estendidos, vieram com a constituição cidadã, no entanto, veio o golpe de "16", com ele a gestão temerosa, e depois, o inominável.
Os seis trágicos anos posteriores ao golpe "jurídico/parlamentar/ ops, será que há como excluir os milicos deste golpe"?. Lembro, infelizmente, que militares de alta patente, "segundo notas de jornalistas", pressionando o judiciário, para a condenação, "mesmo sem provas", para tirar os trabalhadores da gestão nacional.
Falando francamente, os salários no Brasil são baixos, os impostos incidem prioritariamente sobre estes salários, "reduzindo" ainda mais, seu valor real, se os salários, são baixos, serão, ainda mais baixas, as aposentadorias, o enfrentamento, só seria possível pelo ganho de consciência, é justamente, aqui, que o culto ao empreendedorismo infantil, é criminoso.
A constante busca por uma pacata, mas honesta sobrevivência. Também é mais uma ferramenta da exclusão.
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