“O grau de confronto entre Israel e Irã aumentou drasticamente. Tudo isso se assemelha a uma reação em cadeia e coloca todo o Oriente Médio à beira de uma guerra em larga escala.”
As crescentes tensões no Oriente Médio levaram toda a região à beira de uma guerra em grande escala, alertou o presidente russo Vladimir Putin.
Discursando em uma reunião da Cúpula do BRICS Plus na Rússia na quinta-feira, Putin destacou que “os combates em Gaza começaram há um ano” e agora se espalharam para o Líbano, com outros países da região “também impactados”.
“O grau de confronto entre Israel e Irã aumentou drasticamente. Tudo isso se assemelha a uma reação em cadeia e coloca todo o Oriente Médio à beira de uma guerra em larga escala”, afirmou Putin.
O presidente russo também expressou preocupação com a situação humanitária em Gaza, dizendo que ela está “se deteriorando rapidamente”, com o número de refugiados e deslocados internos palestinos já ultrapassando 1,5 milhão.
“Enormes danos foram causados à infraestrutura e edifícios residenciais, escolas, hospitais e instalações sociais, e a destruição continua”, disse ele.
A Rússia, apesar de seus inúmeros problemas, tem se envolvido ativamente nos esforços para resolver o conflito desde o início da escalada, ao lado dos membros do BRICS e outros parceiros, disse Putin, observando que uma cúpula de emergência por vídeo do BRICS foi realizada em novembro do ano passado sobre a situação em Gaza, informou as agências de notícias internacionais.
“A tarefa urgente, é claro, é lançar um processo político abrangente para resolver o problema do Oriente Médio em sua totalidade. É necessário parar a violência, fornecer assistência vital às vítimas e aliviar seu sofrimento”, ele enfatizou.
O líder russo reiterou a posição "logo de saida" de Moscou sobre a solução de dois Estados, enfatizando que o acordo deve ser alcançado em uma base jurídica internacional geralmente reconhecida, que preveja diretamente a criação de um Estado palestino independente que possa coexistir pacificamente com Israel.
“Corrigir a injustiça histórica contra o povo palestino pode garantir a paz no Oriente Médio”, observou.
“Até que essa questão seja resolvida, o círculo vicioso da violência não será quebrado. As pessoas continuarão a viver em uma atmosfera de crise permanente, com recaídas inevitáveis de violência em larga escala”, Putin acrescentou.
O presidente enfatizou que a implementação da fórmula de dois Estados aprovada pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral é fundamental para restaurar a paz e a estabilidade nos territórios palestinos.
Seus comentários foram feitos enquanto a agência de notícias estatal russa RIA Novosti, citando uma fonte diplomática, relata que um membro sênior do movimento de resistência palestino, Hamas, chegou a Moscou em uma visita planejada, de acordo com o Middle East Monitor (MEMO).
O membro do Politburo do movimento, Mousa Abu Marzouk, se encontrou com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, em Moscou, informou a Reuters.
Citando a agência de notícias estatal RIA, Marzouk foi citado dizendo que “discutimos questões relacionadas à unidade nacional palestina e à criação de um governo que deveria governar a Faixa de Gaza após a guerra”.
Uma reunião dos BRICS começou na Rússia na quarta-feira com o genocídio em andamento em Gaza e as crescentes preocupações com uma escalada regional no conflito amplamente discutidas.
Na quarta-feira, o grupo adotou uma declaração conjunta expressando grande preocupação com o ataque militar de Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, que "levou a assassinatos em massa", e pediu um cessar-fogo imediato e abrangente.
“Reiteramos nossa grave preocupação com a deterioração da situação e da crise humanitária no Território Palestino Ocupado, em particular a escalada sem precedentes da violência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia como resultado da ofensiva militar israelense, que levou à matança em massa e ferimentos de civis, deslocamento forçado e destruição generalizada da infraestrutura civil”, afirmou a declaração.
“Expressamos alarme sobre a situação no sul do Líbano. Condenamos a perda de vidas civis e os imensos danos à infraestrutura civil resultantes de ataques de Israel em áreas residenciais no Líbano e pedimos a cessação imediata de atos militares”, acrescentou.
Também condenou os ataques israelenses a “operações humanitárias, infraestrutura, pessoal e pontos de distribuição”.
A declaração, publicada pelo Kremlin, apelou à implementação total das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e saudou os esforços do Egito e do Catar, bem como outros esforços regionais e internacionais, para alcançar um cessar-fogo imediato e acelerar a ajuda humanitária.
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