A produção caiu 0,2% em relação a julho, impulsionada pela desaceleração na construção e pelo aumento dos preços da energia, marcando o índice mais baixo de produção registrado na Alemanha este ano.
As fábricas alemãs, bem como a economia do país como um todo, continuam a debater-se com uma combinação “tóxica” de fraca procura externa, incluindo da China, escassez de trabalhadores qualificados, taxas de juro elevadas e as consequências prolongadas da crise energética do ano passado.
“A situação é grave e o clima em nossa indústria é ruim”, disse Markus Steilemann, presidente da associação química que representa gigantes da indústria como BASF e Evonik Industries, à Bloomberg. Referiu-se a um inquérito ao sector químico, que revelou que a indústria continua a diminuir devido à fraca procura e aos preços da energia persistentemente elevados.
A observação surgiu após um alerta recente de várias empresas da indústria química alemã, que afirmaram que poderiam ter de transferir partes da sua produção para o estrangeiro devido aos custos de energia inacessíveis.
A Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reconheceu que a fraqueza da maior economia da União Europeia está a pesar sobre todo o bloco.
“A Alemanha construiu o seu modelo económico com base em fornecimentos de energia muito baratos e em oportunidades de exportação, especialmente para a China”, disse Lagarde ao La Tribune Dimanche numa entrevista publicada no domingo. “O ajustamento em curso na economia alemã está a afectar as perspectivas de crescimento”.
Especialistas dizem que o quarto declínio consecutivo na produção industrial alemã levanta preocupações sobre as perspectivas económicas do país no segundo semestre deste ano.
“Face às condições de financiamento mais restritivas, à fraca procura global e aos preços mais elevados da energia, o PIB deverá ter encolhido no terceiro trimestre e poderá crescer apenas marginalmente no último trimestre de 2023”, previu Martin Ademmer, da Bloomberg.
De acordo com algumas estimativas, o produto interno bruto (PIB) do país deverá ter contraído 0,1% no terceiro trimestre e deverá encolher até 0,6% em todo o ano de 2023.
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