“Os voos foram suspensos unilateralmente pela empresa sem informar as autoridades e os clientes de forma adequada e com antecedência”, afirmou o Ministério dos Transportes do Mali no comunicado publicado pelos meios de comunicação locais, acrescentando que continua empenhado em “defender a soberania do Mali”.
A decisão foi tomada um dia depois de a Air France ter anunciado que iria retomar os voos para o Mali a partir de sexta-feira, rota que tinha sido interrompida em agosto, em resposta ao golpe de Estado no vizinho Níger. Planeava retomar as operações utilizando “um Boeing 777-200 ER pertencente à transportadora portuguesa EuroAtlantic Airways”, em vez dos seus próprios aviões.
A companhia aérea disse à agência estatal francesa AFP que o seu regresso a Bamako foi “em coordenação com a DGAC [Direcção Geral da Aviação Civil] francesa e as autoridades do Mali”.
No entanto, teve de recuar devido à falta de direitos de tráfego aéreo por parte das autoridades do Mali.
O ministério dos transportes do Mali disse que a Autoridade Aeronáutica Nacional ainda está “a analisar o pedido de retomada dos voos feito pela companhia aérea Air France”.
“Consequentemente, os voos da Air France permanecem suspensos durante este procedimento de exame de arquivo”, acrescentou o ministério.
Na quarta-feira, o governo militar do Mali também despediu o coronel Drissa Kone, diretor da agência de aviação do país, alegadamente por negociar a retoma das operações da empresa francesa sem a aprovação prévia das “autoridades superiores”.
A Air France disse que adiou a retomada dos voos para Bamako até novo aviso “na sequência de pedidos adicionais das autoridades do Mali”.
As relações entre o Mali e o seu antigo governante colonial, a França, deterioraram-se após as tomadas militares em 2020 e 2021, respetivamente.
O Mali anunciou em Agosto que suspendeu indefinidamente a emissão de vistos a cidadãos franceses em retaliação a uma acção semelhante por parte de Paris. O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês designou Bamako como “zona vermelha”, citando “fortes tensões regionais” depois de os militares no Níger terem deposto o presidente Mohammed Bazoum do poder em Julho.
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