De acordo com a mídia estatal chinesa, Xi disse a Abbas que estava “disposto a desempenhar um papel ativo em ajudar a Palestina a alcançar a reconciliação interna e promover negociações de paz”.
“A solução fundamental para a questão palestina está no estabelecimento de um Estado palestino independente baseado nas fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital”, afirmou Xi, reiterando o apoio de longa data da China a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 1967 exigindo a retirada de Israel dos territórios ocupados durante a Guerra Árabe-Israelense.
Israel rejeita esta resolução e suas tropas continuam a ocupar a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, construindo assentamentos ilegais na primeira e considerando a segunda parte de sua capital. Embora as tropas israelenses tenham se retirado de Gaza em 2005, mantém um bloqueio quase total na faixa densamente povoada.
As negociações de paz destinadas a alcançar uma solução de dois Estados – na qual os palestinos teriam total soberania sobre Gaza e a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental – foram interrompidas em 2014. O presidente dos EUA, Joe Biden, apoia publicamente esta solução, mas reconhece Jerusalém Oriental como de Israel capital, e apesar de criticar os assentamentos de Israel na Cisjordânia, bloqueou os esforços do Conselho de Segurança da ONU para condenar formalmente a política.
Em abril, o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, manteve conversas separadas com diplomatas israelenses e palestinos, declarando posteriormente que Pequim estava pronta para ajudar nas negociações. Esta oferta veio menos de um mês depois que Xi negociou a retomada das relações diplomáticas entre o Irã e a Arábia Saudita após um congelamento de sete anos.
O acordo representou a primeira incursão bem-sucedida da China na diplomacia do Oriente Médio, uma arena na qual os Estados Unidos atuaram por décadas como o principal influenciador. Também estabeleceu a China como um intermediário confiável, em um momento em que Pequim busca apoio internacional para seu roteiro de 12 pontos para resolver o conflito na Ucrânia.
Para Abbas, o encontro com Xi também visava garantir benefícios tangíveis de curto prazo. Os dois líderes assinaram vários acordos de cooperação bilateral na terça-feira, com Abbas afirmando que “agradecemos especialmente o compromisso do lado chinês em financiar uma série de projetos de desenvolvimento apresentados pela Palestina”.
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