A maioria dos amantes de histórias em quadrinhos conhece a dupla formada por Batman e Robin: por um lado, um herói adulto que luta pela justiça e, por outro, o fiel companheiro e aprendiz que às vezes serviu de bússola moral para o homem-morcego.
Além disso, Wertham justificou seu trabalho com outra cena famosa de quadrinhos, em que Robin aparece quando Bruce Wayne está tomando banho, nu e com as partes íntimas censuradas apenas pelo vapor de água quente.
Por exemplo, relações sexuais ilícitas ou desvios sexuais (como a homossexualidade, segundo o que eles consideravam) nunca deveriam ser representadas nas histórias.
Também foram discutidos tópicos sobre como alguns "mal-entendidos" que surgiram sobre a orientação sexual de Batman deveriam ser resolvidos, como o surgimento de um novo personagem que silenciaria todos os rumores: a Batwoman.
Essa mulher serviria como parceira sentimental do homem-morcego e como base para a criação de um novo conceito: a de uma espécie de família morcego, à qual Batgirl logo se juntaria como interesse romântico de Robin.
Kathy Kane e Betty Kane foram as primeiras Batwoman e Batgirl, respectivamente. Eram tia e sobrinha (elas esclareceram isso desde o início para não ter mais problemas com a sugestão de uma mãe solo).
Foi decidido até mesmo que era necessário mexer com o personagem do mordomo Alfred. Para Wertham e a Comics Code Authority, era muito suspeito que três homens morassem sozinhos sob o mesmo teto. Então, o empregado da casa morreria de velhice em 1964.
Obviamente, todas essas mudanças, juntamente com o tom cômico das novas histórias do Batman, fizeram com que as vendas de quadrinhos despencassem, algo que a DC não conseguiu acompanhar. A empresa decidiu abandonar esse enredo, mas eles se aproveitaram de outros projetos, como a série de televisão dos anos 60.
Resultado dos desastres da Comics Code Authority, Batwoman está quase esquecida e Batgirl não teve um papel real até 1988, quando o professor Alan Moore a usou no arco principal de uma de suas obras mais emblemáticas: "Killing Joke".
Atualmente, Batwoman está recuperando alguma popularidade, mas seu personagem foi completamente transformado. Curiosamente, ela deixou de ser a esposa perfeita pare Batman, além de ser, ironicamente, lésbica.
A Batgirl original, Betty Kane, também foi modificada. Seu nome se tornou Bette Kane e às vezes ela aparece ao lado de Batwoman com um papel semelhante a Robin, além de também ser membro dos Jovens Titãs.
A sexualidade do morcego continua sendo objeto de debate. Em 2006, em uma entrevista, o ator George Clooney - famoso por protagonizar um dos piores filmes de Batman - disse que sua versão do herói não era heterossexual.
Em 2008, o autor italiano Marco Mancassola escreveu um livro intitulado "Vidas eróticas de super-heróis", no qual aborda um dos aspectos mais ignorados pelos autores nos últimos tempos: a sexualidade de seus personagens.
A história deste livro acontece anos após os dias de glória de Batman, onde ele retrata o homem-morcego como um playboy envelhecido cujo parceiro sentimental é nada mais e nada menos que Robin. Devido ao seu enorme narcisismo, ele também procura aventuras com jovens.
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