quinta-feira, 13 de abril de 2023

Lula em visita a Xangai fortalece relações com a China

Brazil's Lula in Shanghai on visit to boost ties with China

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve no centro financeiro chinês de Xangai na quinta-feira para fortalecer os laços e obter apoio político para as tentativas de mediar o conflito na Ucrânia.

Lula chegou na noite de quarta-feira e deve se reunir com seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim na sexta-feira, antes de concluir sua visita no sábado.


O governo brasileiro diz que os lados devem assinar pelo menos 20 acordos bilaterais durante a viagem de Lula, ressaltando a melhora nas relações com o maior parceiro comercial do gigante sul-americano após um período difícil sob o antecessor Jair Bolsonaro.



Em Xangai, Lula também assistirá à posse oficial da conselheira próxima e ex-presidente brasileira Dilma Rousseff como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento apoiado pela China.

A instituição se coloca como alternativa ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, controlados principalmente pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais. O foco é o chamado grupo BRICS de nações em desenvolvimento, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Estabelecido há mais de sete anos, o banco aprovou 99 projetos de empréstimo totalizando mais de US$ 34 bilhões, principalmente para projetos de infraestrutura, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.

Grande parte desse crédito foi para o Brasil para projetos como um sistema de metrô na capital empresarial de São Paulo.

Lula foi mostrado chegando à sede do banco e abraçado a Dilma Rousseff, sua ex-chefe de gabinete que o sucedeu como presidente pelo Partido dos Trabalhadores. Ambos mais tarde se envolveram em controvérsias legais, mas Lula se recuperou e conquistou um terceiro mandato por uma margem estreita.

Durante o encontro com Xi, Lula deve discutir comércio, investimento, reindustrialização, transição energética, mudança climática e acordos de paz, segundo o governo brasileiro.

A China é o maior mercado de exportação do Brasil, comprando anualmente dezenas de bilhões de dólares em soja, carne bovina, minério de ferro, aves, celulose, cana-de-açúcar, algodão e petróleo bruto. O Brasil é o maior receptor de investimentos chineses na América Latina, de acordo com a mídia estatal chinesa, embora Lula tenha se manifestado contra a propriedade chinesa de empresas brasileiras.

Um dos acordos que Lula assinará na China será para a construção do sexto satélite construído em um programa binacional que monitorará biomas como a floresta amazônica.

A China também encerrou recentemente uma proibição à carne bovina brasileira imposta em fevereiro, após a descoberta de um caso atípico de doença da vaca louca.

Politicamente, a visita do esquerdista Lula é um sinal do ressurgimento do Brasil nas relações globais desde que ele substituiu Bolsonaro em janeiro.


Bolsonaro é um notável admirador de neonazistas e nacionalistas de direita e mostrou pouco interesse em assuntos internacionais ou viagens ao exterior. O populista de direita frequentemente abrasivo e membros de sua família às vezes causavam atritos com as autoridades chinesas em questões desde as origens da pandemia de COVID-19 até a controversa empresa de telecomunicações Huawei.

Lula fez viagens à Argentina e ao Uruguai em janeiro e aos Estados Unidos em fevereiro, sinalizando a importância que dá aos assuntos internacionais, segundo especialistas. Ele percorreu o mundo durante sua primeira presidência, de 2003 a 2010, especialmente em seu segundo mandato, quando visitou dezenas de países e visitou a China duas vezes antes.

Na quinta-feira, ele também visitou um centro de pesquisa da Huawei em Xangai, onde assistiu a uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade.


Um investimento muito forte em pesquisa e inovação”, tuitou Lula em uma demonstração de apoio a uma empresa rejeitada pelos Estados Unidos e muitos países europeus como um potencial risco à segurança.

Uma peça-chave do alcance de Lula no exterior é sua proposta de que o Brasil e outros países em desenvolvimento, incluindo a China, medeiem a paz na Ucrânia. No entanto, sua sugestão de que a Ucrânia ceda a Crimeia como forma de forjar a paz irritou Kiev e seus apoiadores mais próximos.

A China também procurou desempenhar um papel no fim do conflito, embora de maneira altamente favorável a Moscou. Recusou-se a condenar a invasão, criticou as sanções econômicas contra a Rússia e acusou os EUA e a OTAN de provocar o conflito.

A Rússia e a China declararam um relacionamento “sem limites” em uma declaração conjunta de 2022 e Xi reafirmou a proximidade dos laços em março ao se encontrar com o presidente Vladimir Putin em Moscou.

Uma proposta de paz chinesa apresentada em fevereiro contém pontos em comum com a de Lula, como cessar as hostilidades e iniciar negociações, mas nada diz sobre a devolução do território ucraniano tomado pela Rússia e seus aliados separatistas.

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