quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Chico Bicudo misturando Politica e futebol no Super Batepapo

Chico Bicudo - Jornalista e escritor, professor de jonalismo e apaixonado pelo Santos F. C.. Blogueiro dos bons ele é autor do livro Crônicas Boleiras e colunista no site Chuteira Futebol Clube... Ou seja, ninguém melhor para um Super Batepapo sobre política e futebol tudo junto e misturado.

Chico Bicudo
De professor e cronista à tese de mestrado
"De que adianta entrar em campo com jogadores trajando camisas que denunciam racismo e exclusão d@s negr@s na sociedade brasileira se, no mesmo jogo, o camarote da presidência do Santos abriga e acolhe um racista assumido?", questiona o jornalista Chico Bicudo. Esse homem que se indigna com a falta de humanidade e mesmo com a perversidade de dirigentes de futebol e politicos canalhas é o mesmo Chico capaz de tiradas hilariantes quando fala de seu assunto preferido - o que acontece dentro e fora das quatro linhas brancas que delimitam o tapete verde. Ele é biólogo, jornalista e um grande fã de futebol.

Torcedor do Santos. Professor e historiador do velho esporte bretão, esporte que conhece tão bem quanto a Biologia, trata do assunto com maestria por ser também dono de um texto. delicioso. Por tudo isso, não é a toa que o Chico virou Tese de mestrado na qual se encontra na ilustre companhia de ninguém menos que Nelson Rodrigues, um baluarte da crônica esportiva a quem Bicudo reverencia em cada artigo com qualidade nas observações de detalhes, no fantástico, nas ironias e até mesmo na acidez angustiante que imprime em determinados momentos de suas incursões pelos meandros da direção corrompida do futebol.




Aliás, porque não aproveitar o momento e trazer uma das crônicas que fazem parte do trabalho do mestrando para esse nosso corolário sobre Chico Bicudo. Todos nós bem o merecemos.


A Alemanha de novo no caminho do Brasil.

Na cidade de Temuco, no sul do Chile, onde estreia amanhã na Copa América contra o Peru, a Seleção Brasileira está hospedada no Hotel Dreams, que fica na Avenida... Alemanha. Sonhos e Alemanha. Não combina. Talvez devesse o estabelecimento se chamar Nightmare.
Corre à boca pequena que foi uma escolha pessoal do técnico Dunga. No melhor estilo militar “chega de bobagens infantis, aquilo já passou, é o melhor recomeço que poderíamos desejar, dez vitórias seguidas, somos homens feitos, profissionais, não tememos demônios passados”, o atual comandante da Canarinho disse ter certeza que a experiência fará bem aos boleiros nacionais. “Olhar para a placa com o nome da rua vai fortalecer nossos brios de guerreiros. Somos machos, chê”, disse aos dirigentes da Confederação Brasileira de Falcatruas, na hora de escolher a concentração. Parece não ter dado muito certo. Tentaram abafar, esconder, proibiram os atletas de dar declarações a respeito, mas o DataChico apurou que, já no desembarque, ao bater os olhos na palavrinha fatídica (A-LE-MA-NHA), Thiago Silva teve uma síncope. Desabou a chorar, inconsolável. Fernandinho começou a ouvir vozes. “Cuidado, olha o Kroos! Solta a bola, olha o Özil!”. David Luiz fez beicinho e começou a pedir desculpas, chacoalhando a vasta cabeleira e acenando para a galera que aguardava o esquadrão nacional. Entraram rapidinho no hotel, esquecendo malas esparramadas por todos os cantos. Sem perceber, deixaram um buracão no meio do saguão. Daniel Alves, tenso, olhava sem parar para a esquerda, para a direita, para a esquerda de novo, como se temesse ser surpreendido por algum alemão com camisa vermelha e preta. Deixou escapar, bem baixinho. “Minhas pernas estão tremendo. Sem alegria. Alguém viu o Bernard?”. Na recepção, momento do check-in, o funcionário sorridente tentou ser simpático e avisou: “o sétimo andar está todinho reservado para vocês. Ninguém vai importuná-los. Prometemos”. Como? O quê? O número reverberou como uma bomba. Neymar tentou argumentar, encostou no rapaz do hotel e sussurrou algo, colocando a mão na boca para evitar leitura labial. Robinho até achou legal. “Me lembro das sete pedaladas que mandei no Rogério na final do Brasileirão de 2002”. A balbúrdia foi geral. “Sete? Sétimo?”. Gritaria. Braveza. “No sétimo não dá. Não vou subir sete andares. Não vou apertar botão sete no elevador. Só pode ser sacanagem, armação”, berrou Thiago Silva, aos prantos. Quando soube que o apartamento em que ficaria seria o 71, só conseguiu dar sete passos e sentar numa bola que estava encostada num canto e lá ficou, parado, inerte, a mirar o infinito. Dunga enfureceu-se. “Deixe disso, che. Seja homem. Nem mais capitão você é. E já sei que não posso contar contigo em cobrança de 161 pênaltis. Levanta e anda”. O chefe da delegação, João Dória Junior, escolhido para o cargo por evidentes e relevantes contribuições oferecidas ao futebol e nada por critérios políticos, parecia uma barata tonta. Só conseguia repetir, abestalhadamente “é tudo culpa da Dilma, é tudo culpa do PT”. Ficou falando sozinho. Argumenta daqui, contesta dali, acerta acolá (Gilmar Rinaldi gesticulava freneticamente, pedindo respeito ao futebol pentacampeão do mundo), o impasse foi finalmente resolvido. Todos transferidos para o décimo andar. Enquanto se preparavam para subir, aliviados, os boleiros da Seleção foram surpreendidos por uma carta que tinha chegado dois dias antes ao hotel e que desejava sorte ao Brasil no torneio. Assinado: dona Lúcia. Ela só lamentava, no final do texto, que Felipão não fosse mais o técnico. Foi quando um torcedor chileno conseguiu furar o bloqueio de seguranças. Aproximou-se de Willian já berrando. “Vocês tiveram sorte, muita sorte. Deveriam ter saído antes da Copa. E aquela bomba no travessão do Julio Cesar nas oitavas, hein, aos quinze do segundo tempo da prorrogação, no Mineirão?”. Neymar largou as malas no chão. Fez menção de partir para cima do hermano, que precisou ser escoltado até a rua. O nome da arena ecoou forte pelo saguão. MI-NEI-RÃO. MI-NEI-RA-ÇO. Thiago Silva soluçava, amparado pelo ombro de Jeferson, que tentava sossegar o zagueiro. “Tudo bem, tudo bem. Já passou. Você nem estava em campo. Calma”. A muito custo, a algazarra só seria controlada uma hora depois. Todos finalmente recolhidos, acomodados em seus quartos. Quando foi fechar a cortina, Fernandinho bateu sem querer o olho na placa da rua. Iluminadíssima. AVENIDA ALEMANHA. O médico foi chamado. O volante só conseguiu dormir sob doses cavalares de calmante. Às três da madrugada, o silêncio foi bruscamente interrompido pelos toques dos telefones nos quartos, um a um, em sequência. 1010, 1011, 1012... O funcionário da recepção avisava aos que atendiam sonados. “Senhores, tivemos repentina queda de energia. Pedimos desculpas. Acabou a luz”. David Luiz saiu correndo, tresloucado. “Apagão! Apagão! Apagão!”. Tropeções, empurrões, quedas nas escadas, portas de incêndio chutadas, urros guturais. “De novo não! Apagão de novo não!”. Reuniram-se todos no térreo, decididos a exigir a mudança de hotel. “Aqui não vamos ficar!. Foi quando notaram a ausência de Thiago Silva. Foi encontrado no final do corredor do sétimo andar, pálido, sentado numa bola. Catatônico. Olhando para o número do quarto. 71. [Crônicas boleiras, 13/6/2015] 


Assista agora Chico Bicudo no Superbatepapo:

domingo, 22 de novembro de 2020

Eleições Municipais - Primeiro turno no Super Batepapo

 

Eleições no Super Batepapo
No dia 15 de Novembro, poucas horas após o fechamento das urnas no primeiro turno do processo que decide quem ocupará o cargo máximo nas prefeituras do Brasil, a galera se encontrou para um Super Batepapo sobre o assunto.

Nada passou desapercebido nas analises sobre o desempenho dos candidatos e os resultados das pesquisa de boca de urna e da apuração rolaram na tela em tempo real colaborando para os experientes comentaristas delinearem os cenários de diversas cidades com a eleição já concluída em primeiro turno ou à mercê de uma segunda rodada.
Confira esse SUPER BATEPAPO!

sábado, 21 de novembro de 2020

Socialismo: fundamentos e conceitos-chave

Dependendo de quem você pergunta, o socialismo pode ser descrito como historicamente inevitável, o mal do demonio encarnado, uma fantasia utópica ou um método científico. Mais fundamentalmente, o socialismo é um sistema político, filosófico e econômico em que os meios de produção - isto é, tudo o que é usado para fazer bens para uso - são controlados coletivamente, em vez de propriedade de corporações privadas como estão sob o capitalismo, ou por aristocratas sob o feudalismo.

Na tentativa de defender o socialismo - e compreender os obstáculos a um mundo governado pelas necessidades das pessoas em vez dos lucros corporativos - os pensadores da tradição socialista lutaram com tópicos tão variados como colonialismo, gênero, raça, arte, sexo, psicologia, economia , medicina, ecologia e inúmeras outras questões. Como tal, esta Lista de Leitura não pretende ser exaustiva; em vez disso, busca atingir dois objetivos modestos: familiarizar os leitores com um punhado de preocupações socialistas fundamentais e demonstrar como os conceitos centrais do pensamento socialista foram articulados em diferentes momentos históricos e adotados por mulheres e negros.

Cedric Robinson

Contando a história de C.L.R. James, um dos intelectuais socialistas mais importantes do século XX, Cedric Robinson (um gigante intelectual) traça a história do socialismo enquanto ele atravessa continentes e oceanos. Centrando os radicais negros, não como um grupo homogêneo, mas como membros de uma tradição multifacetada que escreve perfeitamente sobre críquete, lutas anticoloniais e formação de classe, Robinson leva o leitor através de questões no cerne do socialismo.

  C. L. R. James and the Black Radical Tradition ”


Eugene W. Schulkind

A Comuna de Paris, a última vez que a cidade foi governada pela esquerda, foi proclamada no Hotel de Ville em 26 de março de 1871. Durou nove semanas, até que as tropas do governo lideradas por Adolphe Thiers em 28 de maio de 1871, os soldados franceses esmagaram a Comuna de Paris. Entre 10.000 e 30.000 deles morreram durante a luta ou foram sumariamente executados depois.

Tanto o Palácio das Tulherias quanto o Hotel de Ville foram destruídos pelos membros da Comuna, que também mataram o arcebispo de Paris. "Paris será nossa ou Paris não existirá mais", disse a líder revolucionária Louise Michels, professora.

Durante seu breve tempo governando Paris, os comunardos eliminaram o exército, secularizaram a educação, igualaram os salários e implementaram várias iniciativas feministas, incluindo o estabelecimento de creches e a abolição da distinção entre filhos “legítimos” e “ilegítimos”.

"The Activity of Popular Organizations during the Paris Commune of 1871"

Michael Lowy e Penelope Duggan

Uma introdução atraente para Mariategui, o filósofo socialista peruano que mesclou história pré-colonial, romantismo e uma análise incisiva do capitalismo. Em contraste com o mundo austero que muitos anti-socialistas imaginam, “[s] ocialismo de acordo com Mariategui está no cerne de uma tentativa de reencantamento do mundo por meio da ação revolucionária.”

"Marxismo e Romantismo na Obra de Jose Carlos Mariategui"

Rosa Luxemburgo


Os socialistas acreditam uniformemente que diferentes arranjos sociais são necessários para resolver os problemas sociais, mas como essas transformações podem vir a se concretizar de maneira mais eficaz? 

Uma das principais questões que animaram os debates socialistas ao longo dos séculos é se é possível alcançar o socialismo por meio de reformas progressivas ou se as reformas serviriam apenas para fortalecer o capitalismo. Aqui a revolucionária apresenta seus pensamentos.

Reform or Revolution

Clara Zetkin

Karl Marx se opôs, notoriamente, a definir rigidamente como deveriam ser as futuras sociedades socialistas, alegando que isso seria como escrever "receitas para as cozinhas do futuro". Apesar de sua reticência, muitos artistas, frustrados pelas restrições do capitalismo e cativados pelas promessas de futuros socialistas, contribuíram para imaginar mundos alternativos. O romance de ficção científica de Edward Bellamy, Looking Backward, apresenta uma tentativa de imaginar uma sociedade socialista do futuro - livre de guerra, pobreza, anúncios e outras coisas desagradáveis. Aqui, Clara Zetkin, uma proeminente ativista socialista e feminista dos séculos XIX e XX (mais conhecida por seus esforços para estabelecer o Dia Internacional da Mulher), apresenta o romance.

1914 Preface to Edward Bellamy’s Looking Backward

Eric Foner

Um dos melhores historiadores vivos da América examina questões que têm preocupado gerações: como o excepcionalismo político e econômico dos Estados Unidos molda sua relação histórica com o socialismo? Por que a classe trabalhadora dos EUA parece menos inclinada à consciência de classe socialista do que em outros países capitalistas “avançados”?

 “Why Is There No Socialism in the United States?

Combahee River Collective

A “política de identidade” tornou-se um tópico controverso e frequentemente ridicularizado nos últimos anos. Neste texto inovador, o Combahee River Collective - um grupo de socialistas feministas negras cujo nome deriva do local de onde Harriet Tubman lançou uma de suas principais missões militares - ressalta a necessidade de enraizar projetos anticapitalistas nas experiências vividas pelas pessoas: “Acreditamos que as políticas mais profundas e potencialmente mais radicais vêm diretamente de nossa própria identidade ”.

"A Black Feminist Statement


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

BANCADA PRETA NO SUPER BATEPAPO

Um coletivo da sociedade civil com a missão de formar uma geração de cidadãos conscientes e comprometidos com a radicalização da democracia
Clique para conhecer Bancada Preta

Instituição: 197 - Stone Pagamentos

Agência: 0001  -   Conta: 623127-8

ML Brandão Serviços Administrativos ME

Cnpj: 13.041.949/0001-81


A Plataforma política “Bancada Preta”, tem como objetivo eleger candidaturas pretas para legislatura 2021 / 2024, na Câmara Municipal de São Paulo e em outras cidades sendo construída a partir de um projeto estratégico político construído e organizado a partir de plenárias abertas e a toda população da cidade sendo uma iniciativa puxada pela Nova Frente Negra Brasileira, Rede Quilombação e Frente Favela Brasil.”
Clique para acompanhar o canal da Bancada Preta: Tv Pangeia

A iniciativa da “Bancada Preta” surgiu da união das instituições  Nova Frente Negra Brasileira, Rede Quilombação, Frente Favela Brasil , Educafro e diversos ativistas da sociedade civil com objetivo de formular ações e propostas para construção de  uma agenda propositiva de disputa das periferias pela cidade.

Suerda Deboa
 ativista e moradora do Jaraguá (SP)
Outras organizações tem se somado para construção de caminhos, como: REAFRO, MNU , IPAD, CEN , Mídia 4P , Black Space, Diálogos Afrurbanos, Saber Ensinar dentre outras.


Você pode fazer sua contribuição para desenvolver uma tecnologia social que coloque em protagonismo a maioria da população brasileira, entendendo que a prosperidade do país depende do futuro que for dado as famílias negras, que hoje representam 56% da nação, através de crédito em conta corrente.



Recebemos no Superbatepapo as companheiras e companheiros da "Bancada Preta", que discutiram os problemas da Cidade de São Paulo e eleger candidaturas pretas para legislatura 2021/2024.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. PARTICIPE!

 

MANIFESTO DA XVII MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA DE SÃO PAULO
A pandemia de COVID-19 desnudou o que os movimentos sociais, em especial o movimento negro, vem denunciando há décadas: a desigualdade social, racismo e machismo matam todos os dias em nosso país. É por isto que voltamos em mais esse 20 de novembro para as ruas por que durante todo esse ano nós não tivemos direito a quarentena e continuamos a avolumar os números de morte por COVID-19 e de morte violenta em nossas cidades segundos dados recentes. Bolsonaro, Dória e Covas apenas seguem seu projeto genocida de sociedade e nós resistimos!
Mesmo com tantas adversidades, tivemos conquistas importantes na cidade de São Paulo. O “Memorial dos Aflitos” no bairro da Liberdade é símbolo destas conquistas e da defesa por décadas que o conjunto do movimento negro tem feito sobre o resgate e divulgação da nossa história, memória e símbolos.
VIDAS NEGRAS IMPORTAM
2020 presenciamos grandes atos antirracistas no mundo inteiro. Os atos deflagrados nos Estados Unidos a partir dos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor demonstraram a crueza da violência racial e policial em diversos países, no Brasil a nossa juventude foi as ruas em meio a pandemia pra denunciar que o Estado continuava a adentrar nossas casas para executar a juventude negra. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve aumento de vítimas de intervenções policiais e 8 de 10 destas vítimas são negros.
Em levantamento realizado pelo site G1 verificamos o que já sabíamos: o aumento dos casos de violência e feminicídio no período da pandemia. 75% das mulheres assassinadas no 1º semestre de 2020 no Brasil foram mulheres negras. Mesmo assim, os equipamentos públicos e programas de combate a violência contra mulher seguem sendo sucateados colocando as nossas vidas ainda mais em risco.
SALVAR VIDAS E GARANTIR DIREITOS
Os números, estudos e análises produzidos recentemente comprovam que no Brasil os principais afetados pela pandemia e suas consequências políticas e econômicas será a população negra, 54% da população brasileira. As mulheres negras chegam a receber 63% do salário de homens brancos e o retrocesso, a destruição e retirada de direitos, de ataques as liberdades e a democracia apenas nos jogam cada vez mais à margem da sociedade e não nos garantindo a possibilidade de ter uma vida digna, com direitos garantidos.
Nessa marcha vamos continuar lutando e protegendo nossas vidas e exigindo nossos direitos. Estamos na luta cotidiana na defesa do Sistema único de Saúde (SUS) de qualidade, público e gratuito, pois quem mais depende da saúde pública nesse país é a população negra. Não dá para ser antirracista e não defender o SUS. Também queremos a revogação do Sampaprev e defendemos a política de cotas raciais nos concursos públicos municipais, exigimos uma política de trabalho e emprego da população negra para poder tirar o povo negro da marginalização social, com direitos trabalhistas e sociais garantidos, além da defesa de criação de uma Renda Básica de Cidadania regular.
FORA BOLSONARO, DÓRIA E COVAS
Para nós do movimento negro é cada vez nítido que não é possível construir um Brasil que pense a maioria da nossa população enquanto Bolsonaro governar. O descaso diante da morte de mais de 150 mil pessoas, causada pelo Coronavírus e da implementação de um projeto ultraneoliberal e racista responsável pelo aumento do desemprego, da fome e da violência contra as nossas vidas demonstram isso cotidianamente.
Em São Paulo, a dobrada BolsoDória, além da defesa conjunta do Estado mínimo, tem reflexos com o aumento de assassinatos de jovens negros por parte do aparato policial nas periferias, a não existência de uma política estadual de auxílio emergencial durante a pandemia e um descaso cotidiano com a educação e saúde da nossa população. O PL 529 foi um brutal ataque promovido por Dória no estado de São Paulo contra os servidores públicos, mas contra a população negra. Com a aprovação desse projeto de lei se extinguiu a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" (Itesp), responsável por executar as políticas agrárias e fundiárias do estado. Mais de 1,4 mil famílias quilombolas eram atendidas pelo órgão. Também foram extintas a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S. A. (EMTU/SP) que atendiam diretamente a política de moradia e transporte que atinge mais diretamente a nossa população negra e periférica.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM! SALVAR VIDAS IMPORTAM!
FORA BOLSONARO, DÓRIA E COVAS!
Coordenação da XVII Marcha da Consciência Negra de São Paulo

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sábado, 14 de novembro de 2020

IMPRENSA BRASILEIRA NÃO DIVULGA A RESPOSTA DE BIDEN PARA A POLVORA DE BOLSONARO


Segundo o New York Times, ambos, Trump e Bolsonaro expulsaram 10.000 médicos e enfermeiras cubanos. Eles desfizeram o financiamento da principal agência de saúde da região. Eles erroneamente promoveram a hidroxicloroquina como uma cura.  Ambos ridicularizaram as orientações de saúde pública, como o uso de máscaras, e traficaram declarações falsas sobre a pandemia. 

Como Donald Trump, com quem tem uma espécie de admiração mútua, a família de Bolsonaro está sendo investigada criminalmente e ele ridicularizou o uso de máscaras para evitar a propagação do vírus, o New York Times noticiou. A certa altura ele disse a assessores que as máscaras são “para fadas”, segundo o jornal Folha de São Paulo. Mas também como Trump, Bolsonaro acabou testando positivo para COVID-19. Um dos mais leais aliados do presidente Trump no cenário mundial, Bolsonaro não parabenizou o presidente eleito Joe Biden por sua vitória nas eleições presidenciais dos EUA.

O governo de extrema direita do presidente Jair Bolsonaro tem sido amplamente criticado como lida com a crise pandêmica, por seu histórico ambiental e pelo manejo de incêndios destrutivos na floresta tropical. 

Agora ambos rejeitam Biden como presidente eleito dos EUA.  O novo governo alertou Bolsonaro sobre a retaliação comercial se ele não parar de destruir o Pantanal e a Amazônia.

Em 11 de novembro de 2020, segundo a BBC News Services,  o líder da extrema direita disse a repórteres em uma entrevista coletiva, usando a palavra portuguesa “maricas”, uma gíria ofensiva para gays: O Brasil deve deixar de ser “um país de maricas”, enquanto o número de mortos por coronavírus no país ultrapassou 162.000 - o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos - “Todos nós vamos morrer um dia”. Ele aproveito para mandar um recado para Bidem. Bolsonaro alertou Joe Biden como presidente eleito que defenderá o desmatamento na Amazônia com "pólvora" se Washington impor sanções econômicas ao país. 


A ameaça de guerra contra os EUA foi desencadeada por que durante o primeiro debate presidencial de 2020, Biden disse que reuniria os países para levantar US $ 20 bilhões para doar ao Brasil para proteger a Amazônia. Ele também destacou que haveria consequências graves se o Brasil não parasse com suas políticas de desmatamento.

Respondendo a Bolsonaro, Biden apontou para o ambicioso plano climático de Biden, seus planos de administração para "Nomear e envergonhar os foras da lei do clima global". Biden indicou que o primeiro país a ser rotulado de “fora da lei” será o Brasil.   “Os EUA têm que se reunir com a UE, China e outros que são os principais compradores de produtos do Brasil - seja soja, carne, madeira - e estabelecer a lei e dizer, 'Se você não restaurar e expandir seus esforços para policiar o desmatamento da Amazônia, vamos cortar suas cadeias de abastecimento '”, apontou Kate Bedingfield, o futuro de Biden, diretor de comunicações da Casa Branca ou secretária de imprensa.

Aparentemente Biden, como grande parte da população brasileira, não teme o poder de guerra do Brasil. A ameaça de guerra contra os EUA proposta pelo presidente brasileiro com resposta ao plano climático de Biden para proteger a amazônia tornou-se uma piada nas redes socias.


CHAPA DO COLETIVO JUNTAS - MULHERES SEM TETO NO SUPER BATEPAPO

 

Juntas elas são mais fortes contra o capitalismo e suas deformações sociais
 A caminhada do coletivo Juntas vem de longe carregada com muita emoção e esperança até se lançar ao desafio de coletivamente disputar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo.
Essa é mais uma das lutas nas vidas destas guerreras. Elas querem ocupar para transformar. Ocupar para romper as cercas que impedem o povo de participar. Ocupar para emancipar e fazer florescer uma nova primavera.

Manifesto do Juntas


Mulheres sem teto

São Paulo é um retrato de profundas desigualdades que se agravam a cada dia. A tragédia da pandemia da COVID-19 deve servir de alerta para muitas coisas: a urgência do colapso ambiental, o descompromisso do capitalismo neoliberal com a situação do povo e, principalmente, quem são as verdadeiras trabalhadoras que sustentam a sociedade.

A crise sanitária escancarou que são as mulheres, mães, negras e periféricas, as principais responsáveis, dentro e fora de casa, pelos trabalhos mais importantes para a garantia da vida de todos e todas.

Foram as enfermeiras e técnicas de enfermagem que estiveram na linha de frente na combate à pandemia.

Foram as terceirizadas dos serviços de limpeza que mantiveram as condições sanitárias dos ambientes de atividades que não foram paralisadas.

Foram as empregadas domésticas e cuidadoras que garantiram a vida de pessoas dependentes de cuidados.

Foram as trabalhadoras de telemarketing que garantiram o atendimento e as vendas de internet.
Foram as mães, avós, irmãs, vizinhas e donas de casa, que mantiveram suas famílias e comunidades alimentadas, vestidas e acolhidas.

Ainda assim, essas mulheres vivem e trabalham nas condições mais precária e recebem os menores salários .

O abandono da gestão municipal quanto às demandas do povo, o déficit de tmoradia, de creches, os desinvestimentos em saúde e educação, o descaso com a mobilidade urbana e com a construção de sua cidade sustentável, são todos sintomas de uma cidade desigual que adoece seus e suas moradoras.

Se o corte de políticas sociais piora a cada dia as condições de vida da população mais pobre, as políticas machistas e racistas também cumprem sua função. A cultura de violência contra as mulheres, o genocídio da juventude negra pela polícia e o racismo institucional tiram vidas e a força dessa grande maioria, oprimindo e explorando cada vez mais o povo.

Para transformar essa realidade, é urgente superar a exclusão das mulheres, negros e negras, e movimentos sociais dos espaços de representação política.
Hoje, as mulheres compõem 53% da população das cidade e negros e negras representam 37,1%, com maior concentração nos bairros periféricos. Ainda assim, das 55 vagas na Câmara dos Vereadores da cidade de São Paulo, apenas uma é ocupada por uma mulher indígena, e nenhuma mulher negra compõe a casa legislativa da maior cidade do Brasil.

É nesse contexto que as JUNTAS – Mulheres Sem-Teto assumem a responsabilidade de disputar uma vaga na Câmara dos Vereadores da cidade de São Paulo. Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto(MTST), são mulheres trabalhadoras, negras, periféricas, mães de família, profundamente conectadas com as necessidades da população.

A capital da segregação territorial, das desigualdades sociais, econômicas, raciais e de gênero precisa ter na “Casa do Povo” uma cadeira ocupada pelo maior movimento social urbano da cidade. Eleger as Juntas Mulheres Sem Teto é mais do que tirar a cadeira de um especulador imobiliário, é trazer para o centro do debate e da formulação política a experiência de quem foi formada na luta coletiva pela moradia. Suas vidas carregam as vidas de milhares.

Juntas Mulheres Sem Teto é uma alternativa coletiva e popular de ocupação da câmara municipal de São Paulo, com Guilherme Boulos, também filho da luta coletiva do MTST, e Luiza Erundina, a melhor prefeita da história de São Paulo, seremos a capital da resistência ao bolsonarismo e sua política de morte!

Quando ocupamos semeamos esperança.
E São Paulo, mais do que nunca, precisa esperançar!

 

Vamos Juntas Ocupar a Politica!

 Apoie o MTST



sexta-feira, 13 de novembro de 2020

MADRE TEREZA DE CALCUTÁ ERA ATÉIA



A primeira pedra sobre a qual assenta a santidade de Madre Teresa é "a resposta a um chamado divino", é "a obediência a uma inspiração divina, examinada e reconhecida como tal". Assim foi o padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, em dezembro de 2003, logo após a beatificação de Madre Teresa de Calcutá, ocorrida em 19 de outubro do mesmo ano. O Capuchinho proferiu os habituais sermões do Advento na Capela Redemptoris Mater do Palácio Apostólico, na presença do Papa João Paulo II e da Cúria Romana, na véspera de 5 de setembro, dia em que a Igreja se lembra do santo Padre Cantalamessa reúne essas meditações em um livro, "Madre Teresa - Uma santa para ateus e casados".

Nasceu Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, em 26 de agosto de 1910 em Skopje (agora capital da Macedônia do Norte), então parte do Kosovo Vilayet do Império Otomano. Após morar em Skopje por dezoito anos, ela se mudou para a Irlanda e depois para a Índia. Ela fundou as Missionárias da Caridade, uma congregação que tinha mais de 4.500 freiras e estava ativa em mais de 133 países. A congregação administra casas para pessoas que estão morrendo de HIV / AIDS, hanseníase e tuberculose. Também administra refeitórios populares, dispensários, clínicas móveis, programas de aconselhamento infantil e familiar, bem como orfanatos e escolas. Seus missionários fazem votos de dar "serviço gratuito de todo o coração aos mais pobres dos pobres." Por isso, obviamente, ela foi homenageada na Igreja Católica como Santa Teresa de Calcutá.

Ao receber o prêmio Nobel, pediu ao seu confessor que orasse por ela, porque ela mesma não sentia nada quando orava e não tinha mais nenhuma experiência de Deus. Em uma carta, escrita a Jesus a pedido de seu confessor, ela soa como um Dawkins adolescente:

Eu chamo, eu me agarro, eu quero ... e não há o Alguém para responder ... ninguém em quem eu possa me agarrar ... não, ninguém. Sozinha... Onde está minha Fé... Mesmo lá no fundo não há nada, mas vazio e escuridão ... Meu Deus ... quão dolorosa é essa dor desconhecida ... Eu não tenho Fé ... Eu ouso não pronunciar as palavras e pensamentos que se aglomeram em meu coração ... e me fazem sofrer uma agonia indescritível.

Tantas perguntas sem resposta vivem dentro de mim com medo de descobri-las ... por causa da blasfêmia ... Se Deus existir ... por favor, me perdoe ... Quando tento elevar meus pensamentos ao céu há um vazio tão convincente que aqueles muitos pensamentos retornam como facas afiadas e ferem minha própria alma. Disseram-me que Deus me ama ... e, no entanto, a realidade das trevas e frieza e vazio é tão grande que nada toca minha alma.

Antes de começar seu trabalho em Calcutá, ela era íntima de Jesus e não se importava de contar todos os detalhes a seus confessores e superiores. Jesus, em que ela acreditava naquela época, havia dito a ela - ela tinha ouvido sua voz - para ir trabalhar entre os pobres. O diálogo parece ter saído de uma novela mexicana: Jesus diz à freira, aí na casa dos 30 anos: “Você é, eu sei, a pessoa mais incapaz, fraca e pecadora, mas só porque você é isso, quero te usar para a minha glória. Queres recusar meu amor? " Ela responde como a heroína deveria: "Eu quero amar Jesus, mas amá-lo como ele nunca foi amado antes."

O seu confessor, observando estes esforços, observou que «[a] união com Nosso Senhor foi contínua e tão profunda e violenta que a ruptura não parece muito distante». Ela pôde finalmente anunciar a ele que "Jesus se entregou totalmente a mim".

E depois disse, durante quase todos os 50 anos seguintes, Jesus nunca mais escreveu; Ele nunca ligou. Todas as amigas dela falaram com Ele, ou disseram que sim. Mas ele nunca esteve lá para ela. Ela simplesmente continuou trabalhando, ficando cada vez mais famosa e poderosa - e rica, se ela quisesse - enquanto Jesus ignorava todos os seus apelos. A única vez que seu desespero e abandono sumiram foi cinco semanas depois da morte do Papa Pio XII. Ela orou por um sinal de que Deus estava satisfeito com seu trabalho.
Contada por si mesma, a história seria interessante: uma camponesa de extraordinária tenacidade e dinamismo se muda para o outro lado mundo, usando a religião para tirá-la da obscuridade e dar-lhe uma vida plena e importante, embora a fé e seus consolos são arrancados dela quando finalmente ela obtém a autonomia que ela realmente queria.

Só os ateus mais endurecidos não ficarão chocados com a facilidade com que a Igreja Católica assimilou a notícia de que sua mais famosa santa se considerava uma hipócrita quando falava do amor de Deus.

Mas se você for um ateu suficientemente endurecido, a história ainda terá outra reviravolta. Afinal, suponha que a religião seja uma mentira puramente feita pelo homem: Agnes Bojaxhiu, a santa de Calcutá, poderia ter feito um negócio melhor com qualquer coisa feita pelo homem do que com a Igreja Católica?

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

HIP-HOP DOMINA

 

O hip-hop tem sido indiscutivelmente a forma de música popular mais influente da geração passada 

Muito mais do que rock and roll e música country juntas.

Artistas como Jay Z, Nas, Eminem e Missy Elliott se tornaram nomes conhecidos, enquanto os talentos de produção de P Diddy, Dr Dre e Pharrell Williams estão em constante demanda. Nem esse impacto se limitou exclusivamente à música. O 'uniforme' de jeans de cintura baixa, botas Timberland, tênis caros e agasalhos de grife se tornaram austérité entre os jovens do Brooklyn a Brixton.

No entanto, esse aumento aparentemente inexorável gerou polêmica. O hip-hop há muito é associado a um materialismo excessivamente hedonista e machista que celebrava armas, gangues e 'popozudas' (este último é provavelmente o termo menos ofensivo usado para descrever as mulheres). Uma das consequências mais negativas disso foi o encarceramento de um grande número de artistas, muitas vezes por crimes violentos ou sexualmente agravados, como destacado na edição atual da revista de hip-hop Source. Talvez os dias mais sombrios do rap tenham ocorrido em 1996-97 com o assassinato de duas de suas estrelas mais brilhantes, Tupac Shakur e Christopher Smalls, também conhecido como Notorious B.I.G.

No início dos anos 2000, foi argumentado, entre outros colunista do Voice, Tony Sewell, que a influência maligna do canal de hip-hop MTV Base é um fator chave para o baixo desempenho dos meninos negros nas escolas. A sugestão é que esses jovens estavam sendo encorajados a adotar um estilo de vida 'fabuloso do gueto' negativo, em vez de um estilo de vida que valorize a educação e a responsabilidade doméstica e cívica. Na esteira de tais afirmações, os comentaristas clamaram para lançar os últimos ritos do hip-hop. Até mesmo o jornal político normalmente seco, enfadonho e mal lido, Prospect, entrou em cena com uma reportagem sobre o fim do hip-hop.

Os políticos também têm sido rápidos em atacar estrelas do rap ao tentar desviar a culpa pelos males da sociedade. Em 1992, a campanha do candidato à presidência dos Estados Unidos Bill Clinton incluía uma denúncia fortemente abusiva contra a irmã Souljah que visava claramente atrair os eleitores racistas. Da mesma forma, após um trágico tiroteio na véspera de Ano Novo em uma festa de Birmingham, o ministro da cultura do Novo Trabalhismo, Kim Howells, lançou um discurso contra os "rappers machos idiotas".

A verdade, claro, é bem diferente. O hip-hop surgiu pela primeira vez no início dos anos 1970 a partir das grandes festas de bloco organizadas por DJs do Bronx, como Kool Herc e Afrika Bambaata. Os foliões foram encorajados a improvisar letras nos intervalos instrumentais das músicas clássicas que os DJs tocavam em seus enormes sistemas de som. A música rap foi, portanto, uma fuga divertida e uma resposta criativa à pobreza, à violência policial e à alienação que arruinou a vida de jovens negros nos guetos do centro da cidade.

Inevitavelmente, com o tempo, as grandes gravadoras se agarraram às suas possibilidades comerciais. Inicialmente, de maneira consagrada pelo tempo, eles procuraram promover formas "brancas" de música. A banda de punk rock Blondie teve um hit com uma canção chamada Rapture que incluía um rap terrível de Debbie Harry, mas que pelo menos teve o mérito de nomear alguns dos lendários rappers negros com quem a banda se misturou na cena underground de Nova York. Em outros lugares, essas gravadoras fabricaram suas próprias bandas e escreveram letras leves para elas. Eventualmente, no entanto, grupos como Run DMC forçaram seu caminho nas paradas - embora precisassem de um pouco de ajuda dos roqueiros brancos do Aerosmith.


O hip-hop e seu primo próximo R&B representaram 25 por cento de todas as vendas recordes nos EUA em 2010 e em 2017, o tamanho do mercado global de rap era de $ 15,7 bilhões em 2016. A receita anual e os números de crescimento estimados até 2021 são US $ 4,08 bilhões.

Historicamente, as empresas que mantêm esses artistas não têm grande desejo de mudar uma fórmula vencedora. Além disso, muitas outras empresas se apressaram em explorar o potencial de vínculos lucrativos e incentivaram os artistas a divulgar seus produtos em suas músicas e vídeos. Enquanto isso, os compradores de discos e downloaders são encorajados a acreditar que com um pequeno jogo de palavras líricas eles também podem viver o sonho, ou pelo menos imitar o estilo de vida usando o equipamento certo. Deve-se notar que sempre houve artistas que buscaram se opor a essa corrente. Public Enemy, KRS One e Michael Franti, The Roots, Mos Def e Talib Kweli estão entre os artistas que alcançaram certo grau de sucesso ao transmitir uma mensagem mais socialmente consciente. No entanto, essas vozes geralmente foram abafadas por aqueles que vocalizam o fetichismo da mercadoria.

A curta vida de Tupac Amaru Shakur é particularmente reveladora. Sua mãe solteira já havia sido membro do Partido dos Panteras Negras e ele recebeu o nome de um grupo de revolucionários peruanos. Tupac foi um jovem poeta brilhante cujas primeiras letras eram contra o racismo e a injustiça da sociedade americana. Essa abordagem o levou a praticamente lugar nenhum. Enquanto estava na prisão, ele foi oferecido um caminho alternativo para a fama e fortuna. Ele escolheu adotar aquela "vida de bandido" arquetípica, mas foi para se provar uma vida autodestrutiva que o levou a sua própria morte violenta. No entanto, mesmo aqui, não foi simplesmente um caso direto de venda.


Ele claramente permaneceu como um indivíduo profundamente perturbado e torturado. Thug Life, ele uma vez explicou, era uma sigla que significava "The Hate U Gave Lil Infants Fuck Everybody". Em outras palavras, também foi uma resposta à alienação aparentemente impossível da juventude negra em uma sociedade capitalista racista. É precisamente esse sentimento amargo que ele expressa em canções como Trading War Stories e Hellrazor. Com certeza Tupac era um indivíduo gravemente falho, mas o hip-hop perdeu algo que nunca foi capaz de recuperar quando foi morto a tiros em setembro de 1996.

No entanto, os relatos da morte da música rap são extremamente exagerados. É evidente que continua extremamente popular e, no seu melhor, pode ser maravilhosamente inventivo e excitante, nervoso e enraivecido.

A história do hip-hop ainda não está completa, mas precisa desesperadamente de novas ideias e ímpeto.


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