Manifesto do Juntas
São Paulo é um retrato de profundas desigualdades que se agravam a cada dia. A tragédia da pandemia da COVID-19 deve servir de alerta para muitas coisas: a urgência do colapso ambiental, o descompromisso do capitalismo neoliberal com a situação do povo e, principalmente, quem são as verdadeiras trabalhadoras que sustentam a sociedade.
A crise sanitária escancarou que são as mulheres, mães, negras e periféricas, as principais responsáveis, dentro e fora de casa, pelos trabalhos mais importantes para a garantia da vida de todos e todas.
Foram as enfermeiras e técnicas de enfermagem que estiveram na linha de frente na combate à pandemia.
Foram as terceirizadas dos serviços de limpeza que mantiveram as condições sanitárias dos ambientes de atividades que não foram paralisadas.
Foram as empregadas domésticas e cuidadoras que garantiram a vida de pessoas dependentes de cuidados.
Ainda assim, essas mulheres vivem e trabalham nas condições mais precária e recebem os menores salários .
O abandono da gestão municipal quanto às demandas do povo, o déficit de tmoradia, de creches, os desinvestimentos em saúde e educação, o descaso com a mobilidade urbana e com a construção de sua cidade sustentável, são todos sintomas de uma cidade desigual que adoece seus e suas moradoras.
Se o corte de políticas sociais piora a cada dia as condições de vida da população mais pobre, as políticas machistas e racistas também cumprem sua função. A cultura de violência contra as mulheres, o genocídio da juventude negra pela polícia e o racismo institucional tiram vidas e a força dessa grande maioria, oprimindo e explorando cada vez mais o povo.
É nesse contexto que as JUNTAS – Mulheres Sem-Teto assumem a responsabilidade de disputar uma vaga na Câmara dos Vereadores da cidade de São Paulo. Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto(MTST), são mulheres trabalhadoras, negras, periféricas, mães de família, profundamente conectadas com as necessidades da população.
A capital da segregação territorial, das desigualdades sociais, econômicas, raciais e de gênero precisa ter na “Casa do Povo” uma cadeira ocupada pelo maior movimento social urbano da cidade. Eleger as Juntas Mulheres Sem Teto é mais do que tirar a cadeira de um especulador imobiliário, é trazer para o centro do debate e da formulação política a experiência de quem foi formada na luta coletiva pela moradia. Suas vidas carregam as vidas de milhares.
Juntas Mulheres Sem Teto é uma alternativa coletiva e popular de ocupação da câmara municipal de São Paulo, com Guilherme Boulos, também filho da luta coletiva do MTST, e Luiza Erundina, a melhor prefeita da história de São Paulo, seremos a capital da resistência ao bolsonarismo e sua política de morte!
Quando ocupamos semeamos esperança.E São Paulo, mais do que nunca, precisa esperançar!
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