“Todos aconselhamos Israel a ponderar sobre as provisões da lei internacional ao atacar Gaza [sic]”, observou Michel, ao medir palavras.
Em tese, a lei internacional não é uma recomendação ou conselho, mas sim obrigação de todos os Estados e organizações, mesmo aqueles que se recusam a assinar seus tratados fundamentais — como é o caso de Israel.
“Israel pode não se importar com o isolamento da comunidade internacional até certo ponto, porém é importante que olhem essas regras com muita cautela”, prosseguiu o político europeu, sob pressão interna e da conjuntura.
Michel admitiu que impor um criminoso cerco absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, remédios ou combustível — é uma infração da lei internacional e que a segurança dos civis deve ser prioridade.
Michel insistiu na chamada solução de dois Estados como consenso internacional à questão palestina, apesar dos contínuos esforços expansionistas de Israel, incluindo expropriação de terras na Cisjordânia e declarações que confirmam a intenção de anexar Gaza.
O político alegou que a proposta para uma solução pacífica ainda pode ser foco da União Europeia, apesar de muitos membros persistirem em seu suporte diplomático, midiático e material a Israel, ao exportar armas às forças ocupantes e mesmo proibir manifestações pró-Palestina.
O presidente do Conselho Europeu afirmou que o bloco deve organizar uma conferência internacional para discutir a questão de sanções a Israel nas próximas semanas.
Neste entremeio, porém, Israel mantém bombardeios ininterruptos a Gaza, desde 7 de outubro, deixando 10.812 mortos até então, incluindo 4.412 crianças e 2.916 mulheres, além de ao menos 26.475 feridos.
Milhares estão desaparecidos sob os escombros. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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