As amostras foram levadas para o Johnson Space Center da NASA em Houston, que as distribuirá a pesquisadores de todo o mundo para um estudo mais detalhado. Os cientistas esperam que o material forneça algumas informações sobre as origens da vida na Terra, já que muitos acreditam que os asteróides ricos em carbono que atingiram o planeta depositaram os elementos necessários para o surgimento da vida orgânica.
O principal investigador da missão da NASA, o cientista planetário Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, descreveu o asteroide como “uma cápsula do tempo que nos oferece insights profundos sobre as origens do nosso sistema solar”.
"A abundância de material rico em carbono e a presença abundante de minerais argilosos contendo água são apenas a ponta do iceberg cósmico."
Bennu já havia surpreendido os cientistas antes mesmo de eles estudarem de perto. Quando a sonda OSIRIS-REx tentou inicialmente aproximar-se da superfície para extrair uma amostra, depois de passar 22 meses orbitando o asteróide para encontrar o local perfeito, o exterior revelou-se extremamente poroso, em vez da rocha rígida que a NASA esperava. Em vez de encontrar resistência, a nave espacial começou a afundar na superfície, uma experiência que Lauretta descreveu como “assustadora”.
A sonda escapou por pouco de ser engolida por Bennu ao disparar seus propulsores, e a cratera deixada para trás era enorme – 8m em vez do pequeno recuo que os cientistas esperavam. Eles concluíram que as partículas que compõem o exterior de Bennu eram “tão frouxamente compactadas e levemente ligadas umas às outras que agem mais como um fluido do que como um sólido” – um atributo que teria implicações importantes para quaisquer esforços de deflexão caso um asteróide do tipo de Bennu acabasse em rota de colisão com a Terra.
Depois de depositar a sua cápsula de volta à Terra, a sonda OSIRIS-REx iniciou a longa viagem até ao asteróide Apophis, onde deverá chegar em 2029. Embora não sejam recolhidas amostras, a sonda passará 18 meses a fazer imagens e a mapear o asteróide. Antigamente, pensava-se que o Apophis corria o risco de impactar a Terra em 2068, mas essa ameaça não é mais considerada credível. Os cientistas esperam aprender algo sobre outros asteróides do mesmo tipo que podem acabar em rota de colisão com o nosso planeta.
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