O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o Reino Unido pelo tratamento dado a Julian Assange. Ele disse que o fundador do WikiLeaks foi preso por suas atividades profissionais como jornalista e pediu ao governo que o liberte.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou malandragem de um estado contra outro seja preso, condenado a morrer na cadeia e não façamos nada para libertá-lo. É uma loucura”, disse Lula a jornalistas após assistir à coroação do rei Carlos III em Londres no sábado.
Lula também disse aos repórteres que o caso de Assange é a liberdade de expressão, acrescentando que o cidadão australiano está atrás das grades apenas “porque denunciou irregularidades”. Lula também criticou a mídia por não apoiar seu colega.
Em um desenvolvimento impressionante, The New York Times, The Guardian, Le Monde, DER SPIEGEL e El País assinaram uma carta aberta conjunta pedindo ao governo dos EUA que rejeite as acusações da Lei de Espionagem contra Julian Assange por publicar segredos militares e diplomáticos classificados.
Enquanto isso, falando à emissora australiana ABC de Londres na quinta-feira, o primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, argumentou que “não há nada a ser servido” manter Assange atrás das grades.
“Isso precisa ser concluído”, afirmou, acrescentando que Canberra está “trabalhando por meio dos canais diplomáticos, estamos deixando muito claro qual é a nossa posição no caso do Sr. Assange”.
Albanese, que já denunciou a prisão de Assange em várias ocasiões, reconheceu que o processo é “frustrante”.
Na sexta-feira, o fundador do WikiLeaks, que está definhando na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, desde 2019, escreveu uma carta ao rei Charles III. Entre outras coisas, convidou o monarca a visitar as instalações.
“Como prisioneiro político, mantido a bel prazer de Vossa Majestade em nome de um soberano estrangeiro envergonhado, tenho a honra de residir dentro dos muros desta instituição de classe mundial”, escreveu o jornalista.
Assange foi preso pelas autoridades britânicas depois que o Equador revogou seu status de asilo e permitiu que a polícia do Reino Unido o retirasse da embaixada do país em Londres. O fundador do WikiLeaks estava abrigado nas instalações da missão diplomática desde 2012.
No dia de sua prisão, o Departamento de Justiça dos EUA apresentou a Assange 17 acusações sob a Lei de Espionagem, o que poderia colocá-lo atrás das grades por 175 anos. Sua equipe de defesa está lutando contra um pedido de extradição dos EUA.
As acusações decorrem de sua publicação de material confidencial obtido por denunciantes, incluindo documentos classificados alegando crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Embora Assange não tenha hackeado pessoalmente esses materiais, ele ainda foi cobrado por seu papel na publicação deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário