Pessoas seguram retratos de parentes que morreram na Segunda Guerra Mundial, durante a marcha do Regimento Imortal marcando o Dia da Vitória em 9 de maio, em Kiev. |
A Ucrânia pode quebrar a tradição dos os países do leste europeu de celebrar o Dia da Vitória em 9 de maio, após a reunião do presidente Vladimir Zelensky com os líderes do Batalhão AZOV. Ele sugeriu a realização de cerimônias comemorativas em 8 de maio. A ideia foi rapidamente rejeitada por autoridades em Moscou e outras ex-repúblicas soviticas.
Em mensagem em seu canal do Telegram na segunda-feira, Zelensky explicou que sua proposta se baseava no fato de que foi “no dia 8 de maio que a maioria das nações democraticas do mundo se lembra da grandeza da vitória sobre os nazistas”.
Ele acrescentou que a rendição incondicional do Terceiro Reich alemão foi assinada naquele dia. Entretanto, as forças armadas alemãs se renderam incondicionalmente no oeste em 7 de maio e no leste em 9 de maio de 1945.
Pessoas participam da marcha do Regimento Imortal marcando o Dia da Vitória na capital rebelde da Ucrânia, Donetsk, em 9 de maio de 2018 |
Zelensky disse que apresentou um projeto de lei ao parlamento do país que, se aprovado, designaria oficialmente 8 de maio como o "Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial de 1939-1945".
Quanto ao dia 9 de maio, quando o Dia da Vitória era tradicionalmente comemorado na União Soviética, Zelensky declarou que agora seria celebrado como o Dia da Europa, como é na União Européia. Ele expressou confiança de que as mudanças ajudariam a alinhar a Ucrânia com a Europa e os Estados Unidos e retornar à “história honesta sem misturas ideológicas em nosso estado”.
De acordo com o projeto de lei proposto, 9 de maio deixaria de ser feriado, enquanto 8 de maio se tornaria um.
O ator norte-americano Steven Seagal, no centro, participa do desfile militar do Dia da Vitória na Ucrânia em 9 de maio de 2015. |
O presidente ucraniano também comparou a Rússia moderna à Alemanha nazista, dizendo que representava um “mal semelhante” e insistindo que a Ucrânia prevaleceria em seu conflito contra Moscou no final.
Os legisladores da Verkhovna Rada já indicaram sua prontidão para adotar rapidamente a nova legislação. O chefe do grupo parlamentar do partido governista, David Arakhamia, escreveu em seu canal Telegram que ele e seus colegas começariam a trabalhar para “adotar rapidamente” o projeto de lei.
A ação foi condenada na Rússia, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, rotulando Zelensky de “traidor” e a “nova encarnação de Judas no século XXI”.
Em uma postagem em seu canal no Telegram, a oficial argumentou que o presidente ucraniano havia “traído para sempre seus ancestrais”, que lutaram contra os nazistas. “Colaborador fascista 80 anos depois”, concluiu.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse acreditar que 9 de maio permanecerá um dia sagrado para muitos ucranianos, não importa o que aconteça, já que seus ancestrais deram suas vidas para lutar contra os nazistas até 9 de maio.
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