sábado, 6 de maio de 2023

Lá como Cá: Militar assassino é protegido pelas autoridades nos Estados Unidos


O veterano militar filmado sufocando o morador de rua Jordan Neely no chão de um vagão do metrô de Nova York na segunda-feira só foi identificado por detetives do Twitter quatro dias após o incidente, alimentando a indignação pública quando as autoridades da cidade são acusadas de proteger o assassino.

Daniel Penny, ex-fuzileiro naval de Long Island, foi interrogado pela polícia, mas não foi acusado, mesmo depois que Neely foi declarado morto em um hospital de Manhattan na segunda-feira. Seu nome também não foi divulgado ao público, apesar do legista da cidade ter declarado sua morte como homicídio por asfixia na quarta-feira, levando ativistas a acusar o Departamento de Polícia de Nova York de proteger o militar de 24 anos.

Vários dias de trabalho de detetive na Internet, juntamente com um erro de legenda do Daily Mail, supostamente renderam o nome de Penny, que os investigadores amadores puderam confirmar rapidamente com uma enxurrada de fotos do anuário do ensino médio. Alguns exigiram saber por que o New York Post e o Daily News, apesar de também terem o nome de Penny, não o publicaram.

Neely, um imitador de Michael Jackson, estava jogando lixo e gritando com os passageiros no trem antes de Penny e vários outros o conterem, declarando que ele estava com fome, desesperado e "pronto para morrer". Enquanto o cinegrafista que capturou a morte do homem de 30 anos em filme disse ao New York Daily News que "não parecia querer machucar ninguém", a polícia diz que cinco espectadores ligaram para o 911 sobre ele, alegando que ele estava ameaçando ou até mesmo atacando passageiros.

Artista Jordan Neely

O artista morto foi preso 42 vezes nos últimos 10 anos, mais recentemente por socar uma mulher de 67 anos no rosto em uma estação de metrô de East Village, e sua família lamentou que ele não tenha conseguido a ajuda psiquiátrica de que precisava. 

A dinâmica racial do assassinato – Penny é branca, enquanto Neely era negro – provocou acusações de “linchamento” de ativistas do Black Lives Matter, enquanto o defensor da justiça racial Al Sharpton – referindo-se ao vigilante do metrô dos anos 1980 Bernie Goetz – alertou contra “voltar a um lugar onde o vigilantismo é tolerável.” A congressista Alexandria Ocasio-Cortez rotulou Penny de “assassino” e suas ações de “execução pública”, e protestos eclodiram por toda a cidade.


O promotor distrital Alvin Bragg ainda não decidiu se enviará o caso a um grande júri e possivelmente apresentará acusações contra Penny, disseram fontes policiais à ABC News na sexta-feira, dia 5 de maio, explicando que os detetives ainda estavam entrevistando testemunhas.

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