terça-feira, 1 de abril de 2025

TOMO MD300II - DIA PRIMEIRO DE ABRIL, OU DIA DA EXTREMA DIREITA "LEIA-SE" DO BOLSONARISMO


Hoje, "01/04/25",  é o verdadeiro aniversário do golpe de sessenta e quatro, nada mais original, afinal, mais um golpe de araque, dado por militares patriotas de araque, que para desferir tal golpe, tinha esquadras dos "Marines" estadunidense, que lá no fundo, espalharam seus temores de uma inexistente ameaça comunista pelas áreas mundiais, que eles chamavam, "ou ainda pensam chamar" de seus quintais.

Nossas preocupações, certamente, não é bem com o que se pensa no império do mal, mas, nas repercussões destes pensamentos, nos "patriotas" de sessenta e quatro, que hoje são conhecidos como patriotários.


Antes das frustradas tentativas golpistas de vinte e três, houve dois golpes, (enquanto golpes, muito bem sucedidos "16, batizado como o impeachment contra Dilma" e "18, a prisão do Lula, que permitiu a eleição do inelegível"). Assim como em sessenta e quatro, são as mentiras que motivam os golpes.


Ah, também em dezesseis, o golpe, também, foi desferido em Abril, não no dia primeiro, mas no mês da mentira. Também a prisão do Lula, em 2028, lembremos, sem esta prisão, o inominável, não teria sido eleito, uns quinhentos mil brasileiros, não teriam contraído óbito, pela covid, a prisão do Lula, aconteceu no dia 07/04, exatamente no ano em que o candidato das "fakes-news", leia-se, candidato das mentiras, sempre ajudado pela mérdia corporativa e por todos outros setores retrógrados, que convencem a muitos, que são conservadores, e não amantes do caos.


Se o dia da mentira é mundialmente conhecido como primeiro de abril, desde o ano 46, quando o início do ano passou a ser janeiro, abril, é o mês da mentira, começando pela "descoberta", que na verdade, foi uma invasão, chega ao golpe de sessenta e quatro, vai ao famigerado impeachment e a prisão do Lula. São mentiras e mais mentiras, sempre a serviço da extrema direita.


Adão Alves dos Santos 


Segue o registro das minhas lembranças do golpe de sessenta e quatro 


UMA MANHÃ DE MÚSICA INSTRUMENTAL


Trinta e um de março de 1964, a noite anoiteceu igual, igual a tantas outras, apesar das agitações que percorreram todo o mês, era difícil para uma criança de onze anos captar o murmúrio das ruas, as centrais trabalhistas, o sindicatos, não se falava em sindicatos patronais como hoje, os trabalhadores pediam aumento para compensar uma inflação de três dezenas ao mês, os radialistas acusavam “comunistas”, o padre excomungava a todos, as ligas camponesas propunha a “invasão” de Brasília, o Rio de Janeiro e São Paulo, campos de guerras, palavrões e gritos, artistas, as televisões não existiam na periferia, assim apenas artistas do radio, aqueles de orientação religiosa, seguia as falas do padre, não tínhamos a febre evangélica, os poucos mais conservadores que os católicos.

A manha de 1º, amanheceu diferente, todas as rádios tocavam músicas instrumentais, apenas mais tarde, ainda que não me lembre das músicas, descobri que eram músicas clássicas, apenas uma a Rádio Farroupilha de Porto Alegre, “captada graças às ondas curta”, trazia alguma noticia, falava da frente legalista, meu pai janista de carteirinha acusava ao Jango, João Goulart, presidente da Republica de golpe, mas a fala de golpe militar também se opôs. 

Depuseram o presidente, exilaram artistas, professores e intelectuais, desculpem, nem sabia bem o que dizia esta palavra, alguns padres, não os conhecidos passaram a desaparecer, estranho, padres sumindo, estes não deveriam estar ao lado de comunistas, bem mais tarde compreendemos que: se Deus é único, somos iguais, somos comuns, comuns, comunistas e é isto que todo padre deveria ser. As lutas levaram décadas, até conquistarmos o direito de ouvir missa, de ir ao teatro sem um policial na porta, passou-se décadas até podermos solicitar aumento salarial maior que os índices oficiais, para que coisas simples como não concordar com índices salariais, trabalhadores amigos saiam das assembleias em grupos, muitos destes não chegavam em casa e hoje somam a lista de desaparecidos, como também professores não só os da Universidade, também os das escola primarias. O dia 1º de abril de 1964 passou, as Rádios tocavam uma música nacional e uma estrangeira, muitas vezes a estrangeira era cantada em outra língua por artistas brasileiros, enquanto nossos viviam cantando em outras terras. Não podíamos falar em política, reclamar da falta de professor, ouvir música, pedir aumento. Pasmem tem gente próximo de mim que pode a volta disto, desculpem-me, não abro mão do direito de pensar, não abro mão de repetir o refrão da música do Gilberto Gil, “a Bahia já me deu, /regra e compasso, /quem sabe de mim sou, aquele abraço, /meus caminhos pelo mundo, /eu mesmo traço...” não sei quando aos demais, não quero militar ou ninguém pensando por mim. Sem golpe na minha democracia, conquista com sangue de muitos iguais.

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