Contextualizando: uma destas excrescências políticas, dos tempos das lacrações nas redes sociais, que permitiu, inclusive, a ascensão da trupe do Jair, pelo festival de idiotices, que compõe esta insanidade, comparar alguém que lutou contra as injustiças, "Rosa Park", com alguém que foi presa, "a Débora do batom" justamente para defender um regime de exceção.
Recentemente, para uma reportagem, "INTERCEPT", para constatar o descaso com documentos públicos, encontrou centenas de caixas de arquivos "fotográficos" dos tempos da ditadura, simplesmente desconhecidos, já que estas vítimas, não faziam parte de nenhuma organização política, eram apenas "pretos desempregados" que sucumbiram, acusados pelo terrível crime, o de serem excluídos.
Poderíamos, sem nenhuma preocupação histórica, relatar "algumas" das batidas para averiguação, pelas quais passei, seria infrutífero, afinal, mesmo sendo "pardo", registro oficial, não tenho a pele negra, assim, jamais poderia descrever as humilhações que vi e ouvi, o Toninho passar. Ah, você dirá, seus exemplos são paulistas e estes arquivos são cariocas. Estamos falando da eliminação de seres humanos pelo gravíssimo crime do excesso de melanina.
Este é uma das milhares de razões para o Cristo que faço questão de ter como base para minhas concepções ser um ativista de esquerda, já que só em concepções de esquerda, todos sem distinção, são iguais, concepções, que deveria nortear as premissas de um Deus único, no entanto, por uma gigantesca incapacidade de leitura, este deus único é seletivo e, apenas os brancos, são realmente filhos deste deus.
Quando uma pessoa não branca, passa a frequentar uma destas igrejas "cristãs", ela precisa esquecer de sua história, caso trate-se de uma mulher, numa igreja evangélica, ele terá de esquecer, inclusive, do papel da mulher na gestação de um filho.
Ainda que a Maria, mãe de Cristo, não tenha a mesma quantidade de melanina que Rosa Park, sua luta está muito mais para esta que a "Débora do batom".
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