Agressores desconhecidos dispararam armas automáticas na prisão na cidade de Toulon, no sul do país, enquanto veículos foram queimados do lado de fora de outras prisões do país e funcionários foram ameaçados. Não ficou claro se os ataques foram coordenados ou quem os executou.
O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que liderou esforços para fortalecer a segurança nas prisões e reprimir mafiosos que comandam seus impérios atrás das grades, disse que viajaria para Toulon.
"Houve tentativas de intimidar funcionários em várias prisões, desde a queima de veículos até o disparo de armas automáticas", escreveu Darmanin no X. "Irei a Toulon para apoiar os funcionários afetados. A República Francesa enfrenta o problema do tráfico de drogas e está tomando medidas para desmantelar em massa as redes criminosas."
A Promotoria Nacional Antiterrorismo (PNAT) informou que assumiu a investigação dos ataques, que também tiveram como alvo a Escola Nacional de Administração Penitenciária. O PNAT indicou que agentes da DGSI (Direção Geral de Inteligência) vão colaborar na investigação.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, instruiu os prefeitos locais, juntamente com a polícia e a gendarmaria, a reforçar imediatamente a proteção dos funcionários e das prisões.
"A resposta do Estado deve ser implacável", escreveu ele em X. "Aqueles que atacam prisões e agentes penitenciários devem ser trancados nessas prisões e vigiados por esses agentes."
O sindicato dos funcionários prisionais, UFAP, disse que veículos dos funcionários foram incendiados do lado de fora das prisões de Villepinte, Nanterre, Aix-Luynes e Valence. Em Nancy, um agente penitenciário foi ameaçado em sua casa, enquanto em Marselha houve uma tentativa de incêndio criminoso. Armas de estilo militar foram disparadas na entrada da prisão de Toulon, de acordo com a UFAP.
"Esses ataques direcionados, covardes e atrozes visam aterrorizar aqueles que personificam a autoridade do Estado e garantem a segurança de todos diariamente, mesmo à custa de sua própria paz de espírito", disse a UFAP. "Funcionários da prisão não são bucha de canhão!"
Anos de importações recordes de cocaína sul-americana para a Europa alimentaram os mercados locais de drogas, desencadeando uma onda de violência em todo o continente. A França não ficou isenta: as apreensões de cocaína quebraram recordes, e gangues estão colhendo lucros inesperados com o pó branco, à medida que se expandem de suas bases de poder tradicionais em cidades como Marselha para cidades regionais menores, não acostumadas à violência relacionada às drogas.
O aumento da criminalidade entre gangues aumentou o apoio ao partido de extrema direita União Nacional e ajudou a arrastar a política francesa para a direita. Darmanin, ex-ministro do Interior, e Retailleau estão envolvidos na luta contra o tráfico de drogas.
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