Cerca de 3.500 crianças morreram ou desapareceram nos últimos 10 anos — o equivalente a uma por dia — enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo do Norte da África para a Itália, de acordo com um relatório publicado ontem pela UNICEF.
A estimativa é baseada na proporção de crianças entre aqueles que chegaram ao solo europeu por essa rota migratória — uma em cada seis — somadas ao total de 20.800 pessoas que morreram ou desapareceram nos últimos 10 anos.
O número pode estar subestimado, já que muitos naufrágios passam despercebidos devido à falta de sobreviventes que possam testemunhar.
Além disso, sete em cada 10 menores viajam sozinhos, segundo a agência das Nações Unidas.
Muitas crianças que tentam atravessar o Mediterrâneo central estão fugindo de guerras, conflitos, violência e pobreza, observou o relatório, observando que mais da metade delas relatam ter sofrido violência física e um terço foi detido contra sua vontade, de acordo com pesquisas.
Os governos devem proteger os direitos e os melhores interesses dos menores. Os direitos consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança não param nas fronteiras ou no litoral; eles acompanham as crianças enquanto elas atravessam, disse Regina de Dominicis, uma alta funcionária da UNICEF.
A agência lembra que, embora a adoção do Pacto Europeu sobre Migração e Asilo, que entrará em vigor em meados de 2026, possa permitir uma melhor gestão da migração, ele deve ser implementado em total conformidade com as obrigações legais de proteger os melhores interesses das crianças.



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