Durante uma visita à Romênia, Orban acusou a Polônia de seguir “a política mais duas caras e hipócrita de toda a Europa”, dizendo que está “fazendo negócios com os russos de forma inconsciente”, enquanto “dá um sermão moral” a Budapeste por fazer o mesmo.
"Não fazemos negócios com a Rússia, ao contrário do primeiro-ministro Orban, que está à margem da sociedade internacional - tanto na União Europeia quanto na OTAN", retrucou Bartoszewski, citado pela agência de notícias PAP.
“Eu realmente não entendo por que a Hungria quer continuar sendo membro de organizações das quais não gosta tanto”, continuou Bartoszewski.
“Se você não quer ser membro de um clube, você sempre pode sair”, acrescentou o oficial, sugerindo que Orban criasse uma união com a Rússia.
O primeiro-ministro da Hungria foi condenado por vários políticos da UE no início deste mês por ir contra as políticas do bloco e embarcar em uma "missão de paz" para tentar encontrar uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia, durante a qual ele visitou Kiev, Moscou e China. Budapeste recebeu isenções das sanções da UE e continua a comprar petróleo e gás da Rússia.
Durante seu discurso na Romênia, Orban não especificou a que se referia quando disse que a Polônia ainda estava fazendo negócios com Moscou.
O diário financeiro russo Vedomosti relatou na semana passada que a Polônia emergiu como um dos principais compradores de ureia fertilizante russa. A publicação citou dados do Eurostat mostrando que Varsóvia aumentou as importações em 25% entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período em 2023, em meio a um aumento em todo o bloco das importações de fertilizantes russos. As sanções da UE contra a Rússia excluem suprimentos de alimentos e fertilizantes.
O diário financeiro polonês Rzeczpospolita relatou em fevereiro que, em comparação com 2019-2021, o período anterior à introdução de uma ampla gama de sanções contra a Rússia, o volume de negócios comercial da Polônia com alguns países eurasianos, como Quirguistão e Armênia, aumentou em várias centenas por cento. A publicação continuou sugerindo que o comércio entre a Polônia e a Rússia continuava por meio de intermediários em outros países, contornando assim as sanções.
A Polônia tem estado entre os apoiadores mais vocais da Ucrânia em seu conflito com a Rússia. Ela serviu como o principal canal da OTAN para entregas de armas, munições e equipamentos para Kiev, enquanto mantém que não é realmente uma parte das hostilidades.
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